quinta-feira, 23 de junho de 2016

Bernardo teria recebido mais de R$ 7.000.000,00 em propina, através de seu escritório

Segundo a PF, Paulo Bernardo, ex-ministro do governo Dilma, 
teria recebido dinheiro indevido entre os anos 2010 e 2015.


IG
Curitiba - Em entrevista coletiva para detalhar a Operação Custo Brasil, que culminou com a prisão de Paulo Bernardo, ex-ministro de Lula e Dilma Rousseff, a Polícia Federal e o Ministério Público destacaram que houve no âmbito do Ministério do Planejamento o direcionamento para contratar uma empresa de gerenciamento de empréstimos que abria mão de seu faturamento, ficando com 30% e repassou mais de 70% de seu faturamento líquido para outras empresas, mediante simulação de contratos de emissão de notas fiscais simuladas. Por meio do esquema, segundo a investigação, apenas Paulo Bernardo recebeu mais de R$ 7.000.000,00 de propina relativos ao negócio e continuou a receber os pagamentos mesmo depois de ter deixado o cargo. Fábio Ejchel, superintendente da Receita Federal, informou que "a fraude ocorreu no gerenciamento e controle de crédito consignado para servidores públicos", explicando que "para cada parcela que os servidores pagavam, existia o pagamento de R$ 1,00 para o serviço de gerenciamento e controle. Uma boa parte disso era desviada para agentes públicos e partícipes da organização criminosa." A fraude, afirma Ejchel, chegou a mais de R$ 100.000.000,00. Cada parcela de empréstimo consignado, na verdade, deveria custar R$ 0,30, não R$ 1,00. O delegado regional de combate ao crime organizado, Rodrigo de Campos Costa, afirmou que o Serpro, da Receita Federal, administrava os empréstimos consignados para servidores, aposentados e pensionistas. Porém, em um momento, não conseguia mais administrar esses créditos e os bancos pediram que uma empresa fosse contratada para realizar a gestão. "É nesse momento que houve a fraude."


"Identificamos a participação de um ministro [Paulo Bernardo], que recebia através de um escritório de advocacia. Havia uma porcentagem que ele recebia, e outros funcionários também recebiam, através de empresas de fachada e lobistas", afirmou Costa. Campos afirmou ainda que "mesmo saindo do Ministério do Planejamento, ele [Paulo Bernardo] continua recebendo, quando estava no Ministério das Comunicações". Foram mais de R$ 7.000.000,00 para o escritório de advocacia, que repassava ao então ministro. Ejchel afirmou que "dezenas de milhares de funcionários públicos foram lesados" no esquema. Campos afirmou que, por um período, Paulo Bernardo recebeu 9,5% do faturamento da Consist, mas houve uma queda do percentual ao longo do tempo, chegando a 2%. "Quando ele sai do ministério, caiu pela metade", afirmou o procurador da República Andrey Mendonça.

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