sábado, 16 de abril de 2016

Bares aumentam estoque de bebidas para faturar em protestos no domingo

PM aumentará segurança em manifestações a favor e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff.


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Foto: Arte O Dia
O DIA

Rio - Em clima de Fla-Flu político, grupos a favor e contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff ocuparão a orla de Copacabana neste domingo, para acompanhar a votação na Câmara dos Deputados. Para evitar confrontos, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, dividiu a praia, montando uma barreira policial na altura do Posto 3. Mesmo preocupados com a segurança no bairro, bares e restaurantes dobraram os pedidos de cerveja de olho na multidão.

Em Brasília, deputados travam uma batalha, desde esta sexta-feira, na tribuna da Câmara se revezando nos discursos para tentar convencer colegas indecisos. No domingo pela manhã, participantes do Frente Brasil Popular, que apoia Dilma, sairão de vermelho, a partir das 9h, em passeata do Posto 3 ao Leme. O ato, animado por trio elétrico da Furacão 2000, terá que terminar às 13h. Duas horas depois, a orla será colorida de verde e amarelo por manifestantes do Movimento Brasil Livre (MBL) e do Vem Pra Rua, a favor do impedimento. Eles caminharão do Posto 6 em direção ao Posto 3. A manifestação durará até às 19h.

De acordo com a Polícia Militar, a segurança será reforçada com o Batalhão de Choque, Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos, do Batalhão de Ações com Cães, do Grupamento Aeromóvel e também do Batalhão de Policiamento Burocrático, além do apoio de PMs da Operação Praia.

Nos bares, a expectativa é superfaturar. “Com certeza o bar irá lotar. Teremos mais garçons para atender a clientela”, disse o gerente Carlos Moura, do Bar Belmonte. Como ele, o dono do boteco Panamá, Rogério Gomes, dobrou os pedidos de cerveja e água. “E colocando mais salgadinho no forno para galera”. Nos restaurantes à beira da praia, a preocupação é com o conforto do público. “Temos receio que o protesto se torne perigoso. Vamos gradear o restaurante para separar o cliente da multidão”, avisou o gerente Thiago dos Santos, do bar Deck.

Para Deise Figueiredo, moradora de Copacabana, de 66 anos, as duas manifestações no mesmo dia não vão dar certo. “Ainda bem que não vou estar aqui, vai ser impossível sair de casa”, declarou. Sua amiga, Débora Rosa, de 54 anos, concorda. “Estamos aproveitando essa maravilha que é tomar chope na rua porque domingo essa tranquilidade não existirá”, completou. A Barra da Tijuca também terá programação especial. Os bares da Olegário Maciel irão contar com telões e grades para não dar confusão.

Contestação na Justiça
Grupos favoráveis ao impeachment pretendem recorrer à Justiça para ter exclusividade na ocupação da orla de Copacabana, local que escolheram para acompanhar em telões a votação do impedimento da presidente Dilma. O Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua não aceitaram a decisão do governo de permitir ato contrário ao afastamento da presidente, organizada pela Frente Brasil Popular, no mesmo dia e lugar.

“Ainda estamos contando com o bom senso do governo estadual e acreditamos que essa decisão será revista. Mas temos cartas na manga para usar caso seja necessário”, disse Adriana Baltazar, do Vem Pra Rua. O grupo alega ter protocolado ofício de solicitação do espaço antes da Frente Brasil Popular e sustenta que o protesto em defesa de Dilma é ilegal por frustrar outra manifestação previamente agendada. Uma das alternativas é pedir à Justiça, por meio de mandado de segurança, a proibição do ato pró-Dilma.

A decisão de manter os dois atos no mesmo local foi comunicada na sexta-feira, durante reunião no Quartel General da Polícia Militar (PM). O MBL e o Vem Pra Rua saíram do encontro para consultar advogados. “Não discutimos nada. Apenas fomos comunicados sobre como será no domingo. Foi uma situação imposta”, afirmou Thomaz Albuquerque, do MBL.

Para a Frente Brasil Popular, a decisão garante a liberdade de manifestação e o acesso ao espaço público. “O acordo ficou bom. Vamos começar cedo e caminhar em uma direção. Eles vão iniciar mais tarde e ficar na outra ponta da praia”, disse José Carlos Madureira, da FBP. A preocupação dos órgãos de segurança é com a dispersão do primeiro protesto simultaneamente ao início do segundo.

Furacão 2000 convoca população para protesto
Por meio de uma música, em ritmo de funk, a Furacão 2000 convocou os cariocas para a manifestação, chamada de "O funk contra o golpe", no domingo, em frente à Rua Miguel Lemos, na Praia de Copacabana, na Zona Sul. Os integrantes do grupo são contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff.



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(Gerson - da sucursal Niterói)

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