quinta-feira, 21 de abril de 2016

Banda larga: OAB diz que Anatel defende empresas

Presidente da Ordem dos Advogados acusa 
agência de abandonar consumidores.


Anatel autorizou cobrança pelo uso da internet acima da franquia
O DIA

Brasília - O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, voltou a criticar a resolução da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que autoriza as operadoras a adotarem o sistema de franquia nos planos de banda larga fixa. “A Anatel dever pensar em regular o mercado e defender e proteger o consumidor, e não atuar como sindicato representativo das empresas de telefonia”, atacou Lamachia, em entrevista coletiva concedida na sede da OAB-RS, na capital gaúcha.

Na terça-feira, a OAB encaminhou ofício para a Anatel em que solicita que a agência altere sua resolução n.º 614/2013, que regula os serviços de comunicação multimídia, como as conexões de banda larga fixa. A norma abre a possibilidade de as operadoras adotarem a franquia - o que, na prática, mudaria a forma de consumo da internet em casa, que hoje é ilimitada. A resolução propõe que as operadoras possam alterar unilateralmente os contratos em curso de modo a restringir, suspender ou cancelar o serviço na hipótese de o cliente ultrapassar o pacote de dados contratado. A OAB formou uma comissão de advogados para estudar o assunto.

“A posição jurídica da OAB é de absoluta contrariedade às resoluções da Anatel, pois estamos diante de uma situação absurda. É um verdadeiro desrespeito com os consumidores”, reclamou Lamachia. Ele reiterou que vai aguardar um posicionamento da Anatel para os próximos 15 dias. "Caso não ocorra uma reconsideração por parte da entidade, vamos entrar com uma ação judicial." Lamachia também informou que, na próxima semana, ocorrerá uma reunião, em Brasília, com os Procons estaduais e municipais de todo o Brasil e entidades de defesa do consumidor - algumas já acionaram a Justiça por conta da possibilidade da adoção das franquias na banda larga fixa. Hoje, o modelo é amplamente adotado no Brasil em planos de banda larga móvel 3G e 4G. “É um processo que prejudica a educação e o desenvolvimento do País”, afirmou o advogado.

Apoio de multidões
“Bastaram seis dias para que a ideia de pôr fim ao limite ou corte de velocidade à internet residencial alcançasse o apoio de mais de 20 mil pessoas. Por meio do Portal e-Cidadania, do Senado, a população reuniu as assinaturas contra a limitação. O assunto da limitação da internet banda larga gerou grande mobilização nas redes sociais após algumas operadoras anunciarem que passarão, a partir de 2017, a cortar o acesso dos usuários que atingirem o limite de sua franquia de dados e oferecerão pacotes com franquias diferenciadas. O serviço seria semelhante ao que já é oferecido pela internet móvel, usado em celulares. O presidente da Anatel , João Rezende, afirma que obrigar empresas a oferecer banda larga ilimitada pode elevar o preço do serviço ou reduzir a qualidade oferecida aos clientes.

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