quinta-feira, 2 de maio de 2024

Médium x Consulente – Como deve ser este contato.


Como ensinado aqui em nossa casa, os méritos de um trabalho são 
sempre da entidade comunicante, nós médiuns somos apenas um canal…

Confundir o médium com a entidade é um assunto que vejo com frequência nas listas de bate-papo, nos canais de chat ou até mesmo dentro de muitos terreiros de umbanda. Isso acontece tanto da parte do médium, quanto da parte do consulente e, cabe a nós, como médiuns, evitarmos ao máximo que isso aconteça exatamente pelo fato de que o médium é apenas um dos canais de comunicação com o mundo espiritual. O médium é o meio e não o fim.

O Consulente.
É muito comum ver esse tipo de confusão sendo feita por muitos consulentes, pessoas que vem aqui no terreiro para conversar com as entidades, pedir conselhos ou apenas ouvir uma palavra de conforto, e por muitas vezes, elas fixam em suas cabeças a imagem do médium (que está com o corpo ali presente) proferindo aquelas palavras de conforto ou recebendo um passe sem sequer notar que quem na verdade está falando (ou deveria estar) é a entidade que está (ou deveria estar) ali trabalhando. Há casos em que o consulente que esteve presente em alguma sessão no terreiro encontra um médium no meio da rua e resolve, sabe-se lá por qual motivo, pedir-lhe conselhos ali mesmo ou até mesmo contar uma longa história de sua vida, achando que ali, no meio da rua, o médium vai poder lhe ajudar da mesma forma que o ajudou no quando estava em transe mediúnico com seu guia no terreiro. É de fundamental importância que se tenha consciência que quando você vai a algum terreiro e conversa com uma entidade o médium está ali apenas como um canal de comunicação e não é ele (ou não deveria ser) que está proferindo aquelas palavras e, por mais que você se apegue à imagem do médium, você não estava conversando realmente com ele.

Portanto, se você quer algum conselho, espere até o próximo dia de atendimento e vá até o terreiro para conversar com alguma das entidades, não ache que o médium está sempre com pensamentos positivos o suficiente para lhe dar um bom conselho. Médiuns são pessoas comuns e, como tal, tem sua vida e seus próprios problemas. Dentro do terreiro é outra história, ele está ali disposto a deixar seus problemas de lado e permitir que as entidades venham para, quem sabe, resolver os problemas de outras pessoas.

O Médium.
Como diz o sábio ditado, “quando um não quer, dois não brigam” e isso é válido também para os médiuns que são abordados por pessoas no meio da rua que pedem insistentemente por algum conselho ou, com a desculpa de “apenas conversar”, tentam conseguir uma consulta fora de hora, em local inapropriado ou até mesmo com assuntos completamente alheios ao conhecimento do médium. O pior é que em alguns casos, o médium tentando dar uma de bom samaritano, acaba caindo na conversa e começa a dar conselhos e pitacos na vida de uma pessoa e esquece daquele outro velho ditado que diz que “se conselho fosse bom, não se dava, vendia”. O perigo de sair dando conselho à revelia é que, vai que o conselho que você deu ali na maior das boas intenções acabou por desencadear uma série de acontecimentos que fugiram completamente ao controle tanto do seu “novo amigo” quanto ao seu próprio controle, se é que alguém alguma vez teve qualquer tipo de controle sobre os acontecimentos. Quando acontece algo deste tipo, você acaba manchando o seu nome, o nome do seu terreiro (claro, porque quando acontece algo de ruim a culpa é do terreiro que não presta, mesmo que o conselho não tenha saído diretamente lá de dentro) e, é aí que vem a pior parte, acaba manchando também o nome da entidade pois quando o fulano foi no terreiro, foi aconselhado por determinada entidade e, quando te encontrou no meio da rua e veio lhe pedir conselhos, na verdade estava querendo ouvir um conselho da entidade e vai, sem sombra de dúvidas, achar que é a entidade que a está aconselhando novamente.

Outro grande perigo para os médiuns é quando, em sua cabeça, ele começa a se confundir com a entidade que está ali trabalhando e começa a achar que ele deve interferir no que está sendo dito. Se você é um médium consciente (e imagino que muitos sejam) concentre-se ao máximo possível para que você nunca interfira no que a entidade está falando e se você sentir que algo não está certo ou que a entidade “se afastou” muito de você, é melhor parar a consulta e falar que a entidade foi embora, mesmo que seja no meio de uma conversa, vai ser muito melhor para você e para a pessoa que está ali se consultando. Volte a se concentrar, peça auxílio para o dirigente da casa ou algum outro médium com mais experiência para que a entidade volte e possa continuar a conversa com o consulente ou apenas para que ela (a entidade) fique ali energizando o seu corpo para que haja novamente o equilíbrio. Nunca tente continuar a conversa caso você sinta que a entidade não está mais ali ou “se afastou” muito.

Há também os que acabam desenvolvendo amizade ou contato mais próximo com algum consulente. Não é nenhum crime ter amizade por alguém, acontece que é muito importante, desde o início, que fique bem claro que uma coisa é a entidade dentro do terreiro, outra coisa é o médium, a pessoa que serve de canal para a entidade. Esse assunto é muito delicado e deve sempre ser tratado com o máximo de seriedade e cuidado.

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A nova percepção de Bolsonaro sobre a chance de ser preso.

 
Por Bela Megale

Nas últimas semanas, Jair Bolsonaro tem feito junto a aliados uma nova avaliação sobre a chance de ir para cadeia no curto ou médio prazo. O ex-presidente acredita que a possibilidade de ser preso, pelo menos hoje, arrefeceu em relação ao início do ano, quando chegou a pernoitar duas noites na Embaixada da Hungria. Um dos motivos do otimismo que tem tomado Bolsonaro e seu entorno é o processo de cassação do senador Jorge Seif (PL-SC). A ação começou a ser analisada em 4 de abril e sofreu várias reviravoltas, com adiamento do julgamento, mudança de voto do relator do caso e, por último, a decisão de realizar novas diligências antes de decidir um desfecho. O sentimento no núcleo do ex-presidente, antes, era o de que chance de cassação do senador preponderava. Hoje, a leitura do grupo é que Seif pode ser poupado, em um “gesto” do Judiciário ao Parlamento. A esperança de Bolsonaro seria surfar nesta mesma onda.

Até o momento, o recado que o capitão reformado recebeu de seus interlocutores junto ao STF é que ele só deve ser preso se for condenado e após ter os recursos apresentados na Justiça esgotados. Em junho, a Polícia Federal apresentará ao ministro Alexandre de Moraes o relatório final sobre a investigação que apura a tentativa de um golpe de Estado arquitetada por Bolsonaro, militares e ex-integrantes de seu governo. O caso é tido como o que tem maior potencial de levar o ex-presidente para a cadeia.

Neste mês, a PF apresentará a conclusão do inquérito que apura a apropriação e a venda ilegal de joias da Arábia Saudita e outros presentes que pertencem ao acervo da Presidência.

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Cabrini revela confissão de Senna que poderia ter evitado morte do piloto.



Beatriz Cesarini e Vanderlei Lima
Do UOL, em São Paulo

"Uma notícia que a gente jamais gostaria de dar. Morreu Ayrton Senna da Silva". A frase de 14 palavras foi entoada por Roberto Cabrini naquele fatídico 1º de maio de 1994, 30 anos atrás. Em frente à TV, milhares de brasileiros aguardavam angustiados por notícias de um ídolo que havia se acidentado gravemente na curva Tamburello, durante o GP de Ímola, na Itália. Mas naquele momento, Cabrini sabia que aquela tragédia poderia ter sido evitada se uma revelação que recebeu em off de Senna tivesse sido revelada: a da morte de Roland Ratzenberger um dia antes. Na ocasião, a Fórmula 1 disse que o austríaco havia morrido no hospital e não na pista. E isso fez toda diferença."A morte dele foi declarada no hospital, mas o Senna chegou para mim e falou: 'Não posso dar entrevista, estou muito impactado, mas eu preciso contar para você: o cara morreu na pista, não pode divulgar porque se isso é comprovado, não tem corrida'. A lei da Itália prevê que um evento com morte tem que ser suspenso imediatamente e a corrida, portanto, não aconteceria nesse caso. Mas quem é que para a máquina de fazer dinheiro da Fórmula 1?", relembrou Cabrini em entrevista ao UOL.

Cabrini, Fórmula 1 e Ayrton Senna.
Quando começou na Fórmula 1, Cabrini já era um repórter experiente, carregava na bagagem coberturas de guerras, Copa do Mundo e Olimpíadas como correspondente internacional da Globo. No início dos anos 80, o jornalista decide abraçar um projeto do SBT para acompanhar de perto a categoria mais importante do automobilismo. Foi assim que ele conheceu Ayrton Senna."A primeira cobertura foi em 1991, no Grande Prêmio de Phoenix. Foi o maior sucesso, foi aí que eu conheci o Senna. Me apresentei a ele propondo fazer uma cobertura diferenciada e houve uma identificação imediata. Rapidamente, a gente já ficou amigo, imediatamente houve uma relação de confiança mútua entre nós. Ele ficou inteiramente entusiasmado pela minha cobertura e passou a abrir as portas da Fórmula 1 para mim", contou Cabrini.

Aquela temporada foi um sucesso de cobertura, com direito a FIA obrigando Alain Prost e Ayrton Senna a se reconciliarem e Cabrini conseguiu a informação antes mesmo do que a Globo. Esse e outros fatos fizeram com que a emissora contratasse novamente o jornalista para ser o repórter da temporada seguinte da F1.

A obsessão pela perfeição.
Senna nunca deixou de impressionar Cabrini. Desde o primeiro dia em que o conheceu pessoalmente até o fim, o jornalista ficou impactado com a obsessão que o piloto tinha pela perfeição. Segundo o repórter, a Mona Lisa de Senna era desafiar o tempo e o espaço dentro de um carro de F1 para alcançar a excelência."Ele não aceitava nada que não fosse a absoluta perfeição. Claro que isso traria um custo. O Senna perdeu parte da vida dele por causa desse comprometimento. Ele sofria com isso, porque ele era um artista em busca da absoluta maestria. Perfeição, para ele, era ser o mais rápido possível. Sempre tinha onde melhorar. Ele vivia com essa obsessão", relatou Cabrini.

Todo esse ímpeto, segundo o jornalista, fazia com que Senna não pensasse nas consequências. O piloto brasileiro sempre deu tudo de si para extrair o melhor possível e estar à frente de todos."Se tivesse que arriscar para fazer o melhor, ele não pensava duas vezes. Ele não se conformava com nada que fosse menos. Não era um cara tático, cerebral. Não queria tirar o pé em nome de não assumir riscos. Para ele, tinha que ser o melhor dos melhores, era um compromisso incondicional em atingir essa perfeição. Ele, Ayrton Senna, desafiou até a morte", disse.

O fim de semana mais nebuloso da história da F1.
Em maio de 1994, Cabrini contou que Senna chegou na Itália já descontente. Ele estava inconformado com o "carro desequilibrado", em que via suas pernas bater na direção, mas não poderia externar isso. Afinal, a Williams era uma gigante cheia de patrocinadores. Somado a tudo isso, o piloto se sentia pressionado com a sombra de um jovem arrojado que começava a ganhar projeção: Michael Schumacher. Em meio à onda de preocupações na cabeça de Ayrton, o compatriota Rubens Barrichello sofreu um acidente gravíssimo durante as sessões de treinos livres. Senna visitou o amigo no hospital e estava claramente perturbado."Nunca houve uma névoa de negatividade tão grande quanto nessa corrida. Quando aconteceu o acidente em que Rubens Barrichello escapou da morte por um milagre, nunca vi o Senna tão transtornado. Ele estava realmente preocupado. Porque o carro dele estava inseguro. O carro estava desequilibrado", relembrou Cabrini.

O Senna chegou a considerar não correr, mas ele nunca externou. Fica claro, por todas as conversas que tivemos, que passou na mente dele, mas ele nunca colocou isso para fora. Naquele domingo, ele estava psicologicamente abalado. Era a morte do Ratzenberger, o acidente grave do Barrichello, o carro ruim, a pressão de vencer? Tudo isso trouxe um piloto em estado de tensão jamais visto. Ele não tinha que provar nada para ninguém, ele era o melhor. Todos reconheciam, inclusive os adversários. Mas para ele isso não bastava, ele tinha que vencer aquela corrida. E venceu. Venceu o medo que ele poderia ter, participou da corrida e, em nome dessa perfeição, acabou morrendo, porque foi o acidente errado, na curva errada, com a consequência errada. (Roberto Cabrini).

"Morreu fazendo o que gostava".
Assim que Senna bateu na Tamburello, o repórter já sabia que o amigo não sairia vivo do hospital. Era um sentimento que batia em seu peito, sem explicações. Cabrini viu que o acidente era grave e ficou impressionado com a quantidade de sangue."No caminho para o hospital, eu refletia com o cinegrafista francês Armand Deus como é que eu faria para noticiar aquilo. Eu sabia que ia anunciar a morte de Ayrton. O tempo todo, eu sabia. Eu tinha visto a gravidade, havia muito sangue e eu sentia que a chance de sobrevivência era mínima. Aquele movimento da cabeça que todos vimos, era só um espasmo muscular", comentou.

Mesmo com todo aquele contexto, com acidentes, morte e pressão, Cabrini não vê erro do amigo ao querer participar do GP. O repórter acredita hoje que é muito fácil pensar em culpados, possibilidades e cuidados depois que o acidente fatal acontece."O Senna morreu fazendo o que gostava, morreu sabendo que a Fórmula 1 era arriscada, sabendo que modificações, às vezes, envolvem arrojo e riscos. Você não pode, por uma fatalidade, fazer um julgamento infinito de tudo e de todos. Eu acho que foi uma fatalidade e acidentes acontecem. A Fórmula 1 sempre soube da sua ideologia, sempre soube que existem acidentes na categoria", pontuou Cabrini."Seria algo inédito os pilotos recusarem correr. Se o Senna não quisesse correr, seria compreensível, mas a decisão de competir também é compreensível. Foi o fim de semana mais sombrio de toda a história da Fórmula, mas ninguém tem bola de cristal", acrescentou o jornalista.

O afastamento da Fórmula 1.
Depois que Senna morreu, Cabrini fez uma longa reflexão e decidiu deixar a cobertura da Fórmula 1. Ele não via mais sentido em seguir acompanhando o esporte sem o amigo competindo e voltou a se dedicar 100% ao jornalismo internacional e investigativo."Pela proximidade que eu tinha com o Ayrton Senna, foi muito difícil. Depois de tudo isso, eu cobri uma série de guerras e outros temas complicados e, com certeza, tudo o que eu vivi em Ímola, em 1994, ajudou a moldar a minha experiência e o meu amadurecimento mental", destacou Cabrini.

Cabrini perdeu um amigo.
O Brasil perdeu o piloto Ayrton Senna. Roberto Cabrini perdeu o amigo Ayrton Senna. Como mostra o documentário especial "O Dia Que Não Terminou", que foi ao ar na TV Record e que agora está disponível para os assinantes do PlayPlus, a relação de ambos era leve, cheia de brincadeiras e zoeiras e admiração mútua pelo compromisso de cada um com a perfeição nas respectivas profissões. Tal comportamento fez com que Cabrini deixasse a tristeza pela morte do amigo guardada. Afinal, o jornalismo estava em primeiro lugar para ele. Pouco depois da tragédia, o repórter permaneceu debruçado na investigação sobre o acidente até entender o verdadeiro motivo que tirou Senna do mundo. Ele concluiu que não houve culpados. Só que a conta para segurar os sentimentos chegou."Claro que houve um momento em que a ficha caiu, em que eu me dei conta de que estava lá, fazendo a cobertura, mas não tinha mais o meu amigo. A necessidade de cobrir isso, investigar a investigação, sempre foi usada de forma a controlar as minhas emoções. É assim que eu convivo com o jornalismo, nunca precisei de analista. Eu não perco a minha sensibilidade, mas me controlo", disse.

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Médico que socorreu Ayrton Senna diz que barra de suspensão não foi a causa da morte; entenda.


Alessandro Misley também afirmou que, ao chegar no local, imediatamente 
ficou claro que as condições de Senna eram extremamente graves.

Por O Globo

O médico Alessandro Misley, integrante da equipe de socorristas do Autódromo Enzo e Dino Ferrari nos anos 90, recordou, em entrevista ao UOL, os detalhes do acidente que resultou na morte do piloto brasileiro Ayrton Senna há 30 anos, no dia 1º de maio de 1994. O italiano também fez questão de deixar claro qual foi a causa da morte do tricampeão mundial. Exista uma teoria de que o principal agravante do acidente de Ayrton Senna foi o impacto da barra de suspensão, que ao se soltar logo após a colisão, atingiu a viseira do capacete do piloto, e, depois, sua testa. Contudo, Alessandro Misley afirmou que esse não é o motivo da morte de Senna e se fosse só isso, ele estaria vivo. — De fato, um pedaço da suspensão entrou pelo no capacete e provocou uma lesão a nível frontal de poucos centímetros, o que, claro, não é inócuo. Mas, com certeza, não foi esse o problema a provocar a morte de Senna. A morte de Senna foi provocada pela fratura da base do crânio, devido ao forte impacto causado pela desaceleração. A lesão da barra de suspensão é secundária e não letal. (Se fosse só ela), Senna estaria vivo — disse Alessandro Misley ao UOL.

O médico também relembrou o momento em que foi acionado para socorrer um piloto sem identificação na hora — ele conta que não o comunicaram quem estava preso e ferido no momento do acidente. O italiano disse que, ao chegar no local, imediatamente ficou claro que as condições do brasileiro eram extremamente graves e que, ainda na pista, já se pensava que o pior pudesse acontecer. — Infelizmente, a situação logo se transformou em dramática, porque Ayrton teve lesões na cabeça, na cervical e na base do crânio. Instantaneamente, ele ficou inconsciente. Os sinais vitais estavam alterados. Todas as condições não indicavam nada de bom. Tinha saído sangue da boca e do nariz, e, infelizmente, havia matéria cerebral (espalhada). Ainda assim, fizemos várias tentativas de aspiração, ventilação e oxigenação — revelou. Na pista, o piloto estava a pouco mais de 300 km/h no momento da batida. A barra de direção do FW16 quebrou, o carro da Williams não respondeu os comandos de Ayrton e seguiu reto na curva Tamburello a 210 km/h para atingir com muita força a barreira de pneus — a brusca desaceleração, por causa do impacto contra o muro de proteção, durou pouco mais de 1 segundo.

A morte de Senna, aos 34 anos, foi confirmada horas depois do acidente, no Hospital Maggiore, em Bolonha, na Itália. A tragédia de um dos maiores ídolos do esporte brasileiro há três décadas não foi capaz de arranhar a idolatria do piloto. Pelo contrário, aquele 1º de maio de 1994 se tornou uma efeméride cercada de homenagens a cada ano, numa demonstração clara de que ídolos transcendem o tempo.

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quarta-feira, 1 de maio de 2024

Pauladas e 4 dias na UTI: militar narra 08:00h de tortura em curso da PM.


Jéssica Nascimento
Colaboração para UOL

Danilo Martins, 34, é soldado da Polícia Militar do Distrito Federal desde 2020. No dia 22 de abril, ele compareceu ao curso de formação do patrulhamento tático móvel do Batalhão de Choque (BPChoque). Ao invés de receber instruções e aprender novas técnicas, ele relata ter sido vítima de tortura, suportando oito horas de agressões físicas e verbais. Os abusos resultaram em uma internação de seis dias, sendo quatro deles na UTI, e a prisão de 14 militares. Em nota, a Polícia Militar informou que não admite desvios de conduta e apura os fatos de maneira criteriosa e imparcial, observando todo o procedimento legal e permitindo a ampla defesa dos envolvidos.

O que aconteceu:
Martins relata que se inscreveu voluntariamente no curso para aprimorar suas habilidades na Polícia Militar. No entanto, ao se apresentar com os demais participantes, foi abordado pelo tenente e pelo coordenador do curso. De acordo com o soldado, eles solicitaram que ele assinasse um documento de desistência do curso, ameaçando removê-lo da formação caso não o fizesse. "Eu me recusei, e foi a partir desse momento que os abusos começaram"Primeiramente, o tenente me colocou na frente do turno e disse que se alguém me ajudasse iria ser desligado automaticamente. Fiquei de pé e fui obrigado a segurar um tronco de madeira enquanto jogavam água em mim. Depois, levei spray de pimenta no rosto e me fizeram assinar um documento, que dizia que eu me responsabilizava por futuras lesões. Depois, tudo piorou, relata o soldado.

O soldado, que é conhecido nas redes sociais por compartilhar a rotina de trabalho, diz que também foi obrigado a correr ao redor do batalhão com o tronco acima da cabeça e cantar músicas vexatórias, onde ele deveria se intitular como "coach do fracasso" e "vergonha da família"Enquanto eu gritava as frases que eles mandavam, era agredido com pauladas nas nádegas, panturrilha e costas. Depois, quando encerrou essa etapa, eu tive que fazer as flexões no solo de punho cerrado. Quando terminei, trouxeram britas e eu precisei fazer as flexões sobre elas. Jogaram mais gás de pimenta e começaram a me dar pauladas na cabeça.

Enquanto sofria as agressões, o soldado conta que os policiais novamente pediram para que ele assinasse o documento de desligamento do curso. Como Martins negou, as agressões pioraram. Levei mais socos e chutes em todas as partes do meu corpo. Me obrigaram a carregar um sino que pesava em torno de 60 quilos. Enquanto carregava, jogavam mais gás de pimenta no meu rosto. Depois, mandavam fazer mais flexões até que por fim, depois de oito horas, eles ordenaram que eu carregasse acima da cabeça um cilindro de 80 quilos, o que era humanamente impossível.

Martins contou que não conseguiu levantar o cilindro e, por isso, segundo ele, voltou a apanhar, principalmente com socos no estômago. Ao não suportar mais as dores, o soldado informou aos policiais que assinaria o documento de desistência. Depois que eu assinei, eles comemoraram e fingiram que eram meus amigos. Começaram a conversar comigo normalmente e eu falei para o tenente que ele havia me lesionado. Fui para casa sem ajuda de ninguém. Minha irmã, ao ver como eu estava, me levou para o hospital.

Seis dias de internação.
No hospital, o soldado disse que foi diagnosticado com insuficiência renal, rabdomiólise - ruptura do músculo esquelético, ruptura no menisco, hérnia de disco e lesões na lombar, visão e cérebro. Não consigo andar direito, minha visão está turva e falo com dificuldade, fora todos os machucados pelo corpo. Tem sido difícil dormir e comer. Estou traumatizado psicologicamente também. O soldado está afastado da Polícia Militar por decisão médica por tempo indeterminado. "Não sei se voltarei à PMDF quando eu me recuperar. Acredito que não", conclui.

Inveja teria motivado agressões.
Danilo tinha muitos seguidores na rede sociais, que foi desativada após as agressões. Em sua página, ele publicava a rotina de um policial militar e as operações que participava, além de ser instrutor em cursos e campeão de futebol pela Polícia Militar. Acredito que isso possa ter causado alguma certa inveja ou incômodo na corporação, pois me chamaram de coach fracassado. Não tem outra explicação.

Martins denunciou a tortura ao Ministério Público e foi ouvido pelo órgão ainda quando estava internado. Ontem, a 3ª Promotoria de Justiça Militar e a Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal deflagraram uma operação para investigar o ocorrido. A pedido do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios foram cumpridos 14 mandados de prisão temporária e 15 de busca e apreensão, apreensão de celulares dos militares supostamente envolvidos e suspensão do curso até o encerramento das investigações. Também foram determinados o afastamento do comandante do BPChoque até o encerramento das apurações e o acesso ao prontuário médico da suposta vítima para elaboração do laudo de exame de corpo de delito, informou o Ministério Público.

Defesa dos policiais.
O escritório Almeida Advogados está à frente da defesa de 12 policiais militares envolvidos na operação. Em nota, o local informou que já estão sendo adotadas todas as medidas legais pertinentes para o fim de restabelecer a liberdade de todos. Em nenhum momento os referidos Policiais Militares foram notificados para prestarem quaisquer tipos de esclarecimentos sobre os fatos objeto desta operação, seja pelo Departamento de Controle e Correição da PMDF ou mesmo pelo MPDFT, mas apenas surpreendidos nesta manhã com suas respectivas prisões, razão pela qual a Defesa Técnica buscará trazer aos autos suas versões, para que então o Poder Judiciário possa aplicar o Direito da melhor forma, nota enviada pela defesa. O UOL tenta a localização da defesa dos outros policiais militares presos. O espaço segue aberto para manifestação.

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As mentiras que já circulam para afetar cristãos nas eleições municipais.

 
Tendo em vista o processo eleitoral de 2024, importa chamar a atenção para as campanhas, já em curso, que estão fazendo uso de mentiras e falsidades para fidelizar eleitores cristãos.

POR MAGALI CUNHA

Um aprendizado para quem acompanha o processo de intensa propagação de desinformação (as populares fake news), nas diferentes mídias no Brasil, é que o uso deste recurso como estratégia de campanha é um caminho sem volta. É possível afirmar isto dada a continuidade e a repetição de temas desinformativos nos discursos pela captação de votos nos pleitos nacionais-estaduais (2018 e 2022) e municipais (2020). Não que esta prática seja uma novidade – definitivamente não é. Sempre se usou de mentiras para captar votos ou destruir a reputação de adversários. O novo é tanto a intensidade da propagação possibilitada pela era digital, quanto o conteúdo das falsidades e enganos, meticulosamente desenvolvido para alcançar as pessoas. Busca-se oferecer temas que afetem, isto é, que interajam com as visões que as pessoas têm sobre o mundo e o que acontece ao seu redor e as movam a atitudes, como o compartilhamento das mensagens (para que viralizem), a rejeição de certas personagens e o voto em outras. Por isso, não se pode perder de vista as razões para o amplo alcance de conteúdo desinformativo em ambientes religiosos: a dimensão da crença, o sentido de pertença, da credibilidade na comunidade e nos líderes, e o apego a aplicativos de mensagens. O WhatsApp tornou-se um novo ir à igreja, que ocupa intervalos de participação presencial por meio dos grupos virtuais ou mesmo substitui a presença em atividades eclesiais.

Com base neste quadro, pesquisas dentro e fora do Brasil, indicam que grupos cristãos estão entre os responsáveis pela vitória de Donald Trump, nos Estados Unidos (2016), e de Jair Bolsonaro, no Brasil (2018), à Presidência da República, com participação ativa na propagação dos conteúdos falsos que os afetaram e alimentaram a campanha desses candidatos. São processos paradigmáticos. As campanhas eleitorais no Brasil para os municípios, em 2020, e para cargos majoritários, incluindo o de Presidente da República, em 2022, seguiram na mesma direção. Há ações de enfrentamento que contribuem para que o eleitorado esteja mais atento e menos vulnerável ao uso de desinformação como estratégia de campanha: múltiplos projetos de enfrentamento à desinformação, vários deles reunidos na Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD); as intensas atividades das agências e projetos de checagem de conteúdo; as diferentes regulamentações da Lei Eleitoral, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para inclusão do regras sobre a propaganda eleitoral, e tratam diretamente do tema das “fake news”.

Tudo isto mostra o que alguns estudiosos chamam de “expressivo avanço” no Brasil, no tocante ao enfrentamento da desinformação nos últimos processos eleitorais, a despeito da falta de vontade política do Poder Legislativo de atuar contra este mal antidemocrático. O exemplo mais recente é a inviabilização, pela Câmara de Deputados, do PL 2630/2020, a chamada Lei das Fake News, aprovada no Senado, que busca responsabilizar as plataformas digitais pela veiculação de conteúdo falso, enganoso e estimulante de ódio e violência. Tendo em vista o processo eleitoral municipal de 2024 no Brasil para os cargos municipais – Prefeitura e Vereança – importa chamar a atenção para as campanhas, já em curso, que estão fazendo uso de mentiras e falsidades para fidelizar eleitores cristãos. Para isso, apresento um levantamento que desenvolvi, a partir da pesquisa conduzida pelo Instituto de Estudos da Religião (ISER), intitulada “Religião e Voto: uma fotografia das candidaturas com identidade religiosa nas Eleições [Municipais] 2020”, e das matérias publicadas pelo Coletivo Bereia, o único projeto de checagem de conteúdo no país, dedicado ao que circula em ambientes digitais religiosos.

Os dados da pesquisa sobre religião nas campanhas eleitorais em 2020 mostra que as candidaturas com identidade religiosa que fizeram uso de mentiras, falsidades e enganos se revelam amplamente conservadoras e alinhadas à direita política, do ponto de vista numérico. Chama a atenção não ter sido identificado conteúdo desinformativo em material relacionado a candidaturas progressistas e de esquerda. Este elemento corrobora os estudos que vinculam o recurso às fake news para convencer o eleitorado, a grupos religiosos conservadores e fundamentalistas.

Temas referentes à moralidade sexual e ao pânico moral, em 2020, fortemente centrados na infância e na educação, têm forte apelo entre grupos religiosos, foram ressignificados na campanha de 2022 e devem retornar com força em 2024. Desde o segundo semestre de 2023, o Bereia tem verificado mais material publicado sobre educação do que nos anos anteriores (2021 e 2022). A insistente denúncia de que a esquerda no poder vai produzir mais doutrinação marxista e erotizante nas escolas, via ações dos Ministérios da Educação e da Cultura, se materializou, recentemente, em publicações contra a Conferência Nacional de Educação, realizada em janeiro de 2024.

A campanha para as eleições, em 2023, para Conselhos Tutelares, também foi permeada por tais ênfases. O tema seguiu em 2024, com a comoção criada em torno de uma suposta realidade extrema de exploração sexual de crianças na região de Marajó (Norte do Brasil), com acusações de negligência ao atual governo federal, a partir de uma apresentação musical em reality show evangélico, no final de fevereiro de 2024, também reforça esta tendência. O Bereia identificou enganos disseminados nos dois casos.

A indicação do deputado federal extremista Nikolas Ferreira (PL/MG) para a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, em 2024, dá o tom do peso desta temática. Igualmente, o número de proposições parlamentares com foco em educação em 2023, conforme levantamento do projeto de Monitoramento de Projetos de Lei na Câmara Federal, desenvolvido pelo ISER.

Outra ênfase de 2020, que ganhou mais força, em 2022, foi o tema da cristofobia, com terror verbal em relação a perseguição aos cristãos no Brasil, espelhada no que estaria ocorrendo em outros países, com referência a suposta ameaça de silenciamento de sua pregação e fechamento de igrejas, atribuída às esquerdas. Este tema foi fartamente usado pelo governo federal anterior, na captação de apoios. Durante o primeiro ano do governo Lula, “cristofobia” segue sendo usada pela oposição e por políticos com identidade religiosa, quanto criticados por seus ataques públicos a direitos, em especial os que dizem respeito à sexualidade, à reprodução humana e a comunidades tradicionais. Este espelhamento discursivo dá o tom o que deve permear o pleito de 2024.

Para além desses temas que mobilizam especificamente crenças e moralidades religiosas, a estratégia extremista de ataques, com desinformação, à Justiça Eleitoral e ao voto eletrônico no Brasil, incipiente, em 2018, mais intensa, em 2020, e ostensiva, em 2022 e nos anos seguintes, ganhou terreno em espaços digitais religiosos, conforme checagens do Bereia.

Conteúdos que afirmam que as urnas eletrônicas são vulneráveis a ataques hackers, que há interferência na apuração de resultados, que acusam as Cortes Superiores (STF e TSE) de “ditadura”, ao aplicarem a Constituição, têm circulado amplamente desde 2020. A potencialização de tais conteúdos em 2024, como citado acima, com a entrada do dono do X/Twitter na discussão, com acusações de arbitrariedade do STF, nas investigações sobre ataques à democracia brasileira, deu mais força para campanhas de desinformação sobre ações da Justiça Eleitoral em 2024.

Importa, ainda, observar que não é possível asseverar que o uso de fake news como estratégia de campanha condicione votos e determine vitórias eleitorais. Em 2020, derrotas como a do atual deputado federal Marcelo Crivella (Republicanos/RJ), para um segundo mandato na Prefeitura do Rio de Janeiro, depois de farto uso de mentiras e enganos na campanha, contribuem para esta afirmação. Certamente, a análise da eficácia eleitoral deve levar em conta outros fatores combinados a esta questão, como histórico na vida política, interação e credibilidade com eleitores, articulação partidária, alianças, por exemplo. Uma vez que a prática da desinformação como estratégia de campanha persiste, agora, de forma mais grave, com o uso de inteligência artificial, é preciso o alerta desde já. São dinâmicas que desafiam reflexões e ações de partidos, grupos, movimentos sociais e eleitores, individualmente, que primam pela participação cidadã baseada na justiça e na democracia.

cartacapital.com.br

Caçador de tempestades' filma momento em que é atingido por carreta durante tornado, nos EUA.


Na última sexta-feira, país registrou 78 tornados e, no sábado, outros 35.

Por O GLOBO — Rio de Janeiro

Um "caçador de tempestades", Benjamin Ahrens, filmou o momento em que quase foi esmagado por uma carreta, enquanto buscava um dos 100 tornados que atingiu os Estados Unidos neste fim de semana. A gravação, feita em uma estrada em Lincoln, no Nebraska, na região central do país, na última sexta-feira, mostra uma curva e o caminhão em alta velocidade, cercado por nuvens pesadas de tempestade. Nas imagens, é possível ver o momento em que a carreta é tombada pelo vento, ao tentar fazer uma curva. O carro é atingido pelo caminhão, mas consegue escapar por pouco, saindo da pista. No vídeo, é possível perceber a formação de grandes nuvens de chuva, associadas ao fenômeno que atingiu o país neste fim de semana.

Na última sexta-feira, os EUA registraram 78 tornados, principalmente nos estados de Iowa e Nebraska. O fenômeno ocorreu na região das Grandes Planíces, na área central do país. No sábado, foram contabilizados outros 35 do Norte do Texas até o Missouri, segundo o Serviço Meteorológico dos Estados Unidos (NWS, na sigla em inglês). Também foram registradas fortes chuvas, ventos, inundações e granizo em várias localidades.

Cem tornados.
Ao menos duas pessoas morreram no sábado à noite em um dos numerosos tornados que se formaram nos EUA, neste fim de semana. Na localidade de Holdenville, em Oklahoma, pelo menos duas pessoas morreram, entre elas um bebê de quatro meses, de acordo com a imprensa local. O governador declarou estado de emergência por 30 dias. Mais de 50.000 residências ficaram sem eletricidade no Texas no domingo (28), pela manhã, e mais de 30.000 em Oklahoma, segundo o site PowerOutage. Os tornados, fenômenos meteorológicos tão impressionantes quanto difíceis de prever, são relativamente comuns nos Estados Unidos, particularmente no centro e no sul do país. Contudo, segundo os meteorologistas, é muito rara a formação de uma sucessão de grandes tornados.

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Lula participa de ato com centrais sindicais em São Paulo.


Evento celebra o 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalho; 
evento não deve mencionar greves para evitar cobranças públicas.

PODER360

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa nesta 4ª feira (1º.abr.2024) de ato unificado organizado por centrais sindicais em São Paulo, para celebrar o 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalho. O evento será realizado no estacionamento da Neo Química Arena, estádio do Corinthians, na Zona Leste da capital paulista, às 10:00h. O ato unificado é realizado pelo 6º ano consecutivo pelas centrais sindicais CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores), CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros) e Intersindical Central da Classe Trabalhadora. Haverá transmissão nas redes sociais da CUT. Além do presidente Lula, os presidentes das centrais sindicais também discursarão.

No evento, o petista deve falar do reajuste da faixa de isenção do IR (Imposto de Renda) para 2 salários mínimos, do aumento do vale-alimentação dos funcionários públicos de R$ 658,00 para R$ 1.000,00 e da alta no vale-creche e no vale-saúde. Ao Poder360, a CTB, uma das centrais organizadoras do ato, disse que o tom do 1º de Maio deste ano será em um sentido de “fazer muita pressão”, criticando o “conservadorismo” do ministro Fernando Haddad (Fazenda) e pedindo para que o governo cumpra as promessas de campanha.

O ato se dá durante uma série de greves de funcionários públicos, como a dos professores de ao menos 29 instituições federais de ensino superior. O tema deve ficar escanteado para evitar cobranças públicas ao governo por reajustes. Os organizadores preparam uma pauta mais genérica. Pedirão “emprego decente, correção da tabela do imposto de renda, juros mais baixos, aposentadoria digna, salário igual para trabalho igual e valorização do serviço público”.

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terça-feira, 30 de abril de 2024

Suíça convida Brasil para reunião pela paz na Ucrânia; governo Lula só participa se Rússia comparecer.


Por Camila Bomfim, Ricardo Abreu

A Suíça fez chegar ao Planalto o interesse de contar com a presença do presidente Lula (PT) na cúpula de alto nível que vai debater a paz entre Rússia e Ucrânia, informou o Itamaraty. A conferência acontecerá entre os dias 15 e 16 de junho, nos arredores da cidade de Lucerna (Suíça), e deve contar com a participação de chefes de Estado, entre eles o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Mais de 100 países estão sendo convidados para o evento. A intenção da Suíça de contar com o Brasil foi manifestada durante agenda do chanceler Mauro Vieira na Suíça, que sediará o evento. Em um primeiro contato, antes do convite oficial, o Brasil chegou a indicar que só aceita participar do debate com a presença da Rússia, o que não deve ocorrer. O Kremlim já deixou claro que não quer participar da iniciativa, já que considera o evento um projeto dos "democratas americanos”.

Desde janeiro, a Suíça tem debatido a organização de uma conferência para debater a criação de uma estrutura que favoreça o debate sobre a paz na Ucrânia, com a participação da Rússia no debate. O evento foi um pedido do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que discute o evento com a União Europeia, os membros do G7 e países como China e Índia, que tentam convencer os russos. O Brasil entende que os russos devem participar de qualquer iniciativa internacional que debata a paz e passe por uma negociação com Kiev. Na avaliação da diplomacia brasileira, não é possível debater o conflito entre dois atores sem a participação de um deles.

Moscou afirma que não é contra as negociações pela paz, mas também diz que não participará dos debates na Suíça porque acredita que o país abandonou a neutralidade em relação à guerra. Historicamente neutra, a Suíça já agiu como mediadora de outros conflitos no passado e agora pretende buscar uma resolução para esta guerra, que já dura mais de dois anos.

Celso Amorim em Moscou.
Na semana passada, o assessor especial da presidência da República, Celso Amorim, viajou à Rússia para participar semana de uma conferência internacional sobre segurança, promovida pelo Kremlin. Em Moscou, Amorim realizou uma série de reuniões bilaterais. Entre os encontros de Amorim estavam agendas com o chanceler da Rússia, Sergey Lavrov, e com o Secretário do Conselho de Segurança Russo, Nikolai Patrushev. Segundo fontes da diplomacia brasileira, os encontros trataram, sobretudo, sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia.“A conversa aconteceu porque se busca a possibilidade de construção de uma paz possível”, contou um representante do Planalto.

Durante o evento sobre segurança, Celso Amorim também discutiu outros temas da agenda internacional, como a interação entre os países na ONU e no BRICS. Além de ter feito críticas ao uso da Inteligência Artificial nos ataques israelenses à Faixa de Gaza e a alianças militares entre países, no mundo atual.

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Gilmar repudia censura e tranca ação de Bolsonaro contra Guga Noblat por post sobre o 8 de Janeiro.

 
Segundo o decano do STF, a publicação do jornalista sobre o envolvimento 
do ex-presidente nos atos golpistas se manteve nos limites da crítica.

POR CARTACAPITAL

Em 24 de abril de 2023, Noblat escreveu que Bolsonaro “deu abrigo” aos golpistas envolvidos no 8 de Janeiro, uma vez que estavam mobilizados em frente ao quartel-general do Exército. Disse também que o ex-capitão “os incitou a atacar Brasília” e não aceitou a derrota para Lula (PT). Em 5 de maio, o jornalista publicou a seguinte mensagem: “Vai dizer agora que o golpe de Estado combinado na antessala do Bolsonaro foi sem que ele soubesse? Ele pode fingir que é um idiota, mas não fará o Brasil de idiota. Esse golpista precisa pagar pela tentativa de golpe”Na primeira instância, na Justiça Criminal do Distrito Federal, Noblat invocou a exceção da verdade. Trata-se de uma medida que permite ao acusado por crime de calúnia ou difamação provar o fato atribuído à pessoa que se julga ofendida. A 6ª Vara Criminal de Brasília, porém, rejeitou a solicitação.

A defesa do jornalista também argumentou que o STF já reconheceu sua própria competência para julgar a exceção da verdade em relação ao envolvimento de Bolsonaro em atos antidemocráticos.“Considerando, portanto, a competência do STF para apreciar e julgar as condutas que culminaram nos ataques antidemocráticos de 8.1.2023, entendo que o Juízo da 6ª Vara Criminal de Brasília desrespeitou a competência desta Corte e afrontou a autoridade da decisão proferida nos autos do Inq 4.921/DF”, concluiu Gilmar.

Além disso, segundo o decano do Supremo, a publicação de Noblat se manteve nos limites da crítica jornalística, sem excessos. “O tom supostamente mais contundente ou ácido empregado nos comentários não implica automático abuso do direito de informar, em especial quando a crítica é dirigida a figuras públicas, como no caso, a um ex-Presidente da República.” Gilmar observou, também, que a liberdade de expressão pretende, principalmente, que o Estado não censure os cidadãos. Assim, à exceção de discursos violentos ou manifestamente criminosos, não caberia atuação estatal para estabelecer quais opiniões ou manifestações seriam válidas ou aceitáveis.“Em um regime democrático, essa tarefa caberá, antes, ao público a que essas exibições se dirigem, devendo o Estado se abster de condutas que causem embaraços ao livre debate de ideias e ao pluralismo de opiniões, elementos que se alicerçam na liberdade de imprensa.”

O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, responsável pela defesa de Noblat no caso, celebrou a decisão.“Durante a audiência de instrução, na presença do ex-presidente, a defesa técnica deixou claro que os fatos posteriores comprovaram largamente a correção de tudo que foi afirmado nas matérias questionadas”, afirmou, em nota. “A ação movida era claramente uma tentativa de instrumentalizar o Poder Judiciário para intimidar um jornalista e a imprensa.” “A democracia brasileira ganha muito com esse precedente a favor da liberdade de manifestação e de crítica.”

cartacapital.com.br