quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Diretor do Colégio Pedro II da unidade São Cristóvão é preso.

Medida foi determinada pela juíza da Infância e da Juventude, Vanessa Cavalieri.


Diretor da unidade de São Cristóvão do
Colégio Pedro II, Bernardino Matos, foi preso.
O DIA

Rio - O diretor da unidade de São Cristóvão do Colégio Pedro II, Bernardino Matos, foi preso, na tarde de terça-feira, por falso testemunho. A medida foi determinada pela juíza da Infância e da Juventude, Vanessa Cavalieri. A informação foi confirmada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que informou que o caso corre em segredo de justiça. O DIA revelou o caso, com exclusividade, em 2015. Em depoimento, o diretor teria afirmado não saber que uma jovem de 12 anos sofreu por três vezes violência sexual e discriminação por parte de alunos, com idade entre 15 e 17 anos. A fala contraria a versão de diversas testemunhas do processo, o que fez a juíza interpretar como falso testemunho a fala do diretor. Bernardino foi encaminhado para a 5ª DP (Mem de Sá) para prestar um novo depoimento. Procurado pelo DIA, o colégio Pedro II ainda não se pronunciou sobre o caso.

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terça-feira, 21 de novembro de 2017

Segurança que barrou oficial de Justiça na Alerj é filiado ao PMDB

Impedimento truculento atrasou notificação para abrir galerias a populares.


POR CHICO OTAVIO 
E DANIEL BIASETTO

RIO - O especialista legislativo Valdeci Bastos da Costa, de 51 anos, um dos seguranças da Assembleia Legislativa do Rio que barrou uma oficial de Justiça na sexta-feira passada, figura no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como filiado do PMDB de Comendador Levy Gaspariam, município do Vale do Paraíba a 145 quilômetros da capital, desde 2 de abril de 1992. Ao barrá-la de forma enérgica, com a ajuda de soldados da PM, Valdeci atrasou a oficial no cumprimento da notificação de decisão judicial que obrigava a mesa diretora da Alerj a abrir as galerias a populares durante a sessão que derrubou a prisão dos deputados Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, determinada pelo desembargador Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal (TRF). Os três deputados presos também são do PMDB, o mesmo partido de Costa. A ação de Valdeci, registrada por jornalistas que acompanharam a confusão da porta dos fundos do Palácio Tiradentes, na área conhecida como “faixa de Gaza”, foi confirmada pelo deputado estadual Flávio Serafini, do PSOL-RJ, também barrado pelo mesmo segurança. No Portal da Transparência da Alerj, Valdeci aparece, na folha de pagamento de setembro, com salário de R$ 18.500,00 mensais, somados os rendimentos como especialista legislativo nível 5 com o de assistente III e outras vantagens.


- Ele barrou a oficial de Justiça e quando tentei fazer com que ela entrasse ele participou do
 movimento que fez com que os policiais da guarda nacional também me barrassem - conta Serafini.

Até ontem, a oficial de Justiça não havia apresentado ao Tribunal de Justiça do Rio o relatório sobre o episódio. Ela chegou ao local por volta das 15:30hs, meia hora depois do início da sessão, mas quando conseguiu entrar do Palácio Tiradentes, para notificar o presidente em exercício da Alerj, deputado Wagner Montes (PRB), a sessão que votava as prisões estava praticamente encerrada. Wagner alega que determinou o cumprimento da decisão, mas as galerias estavam repletas de funcionários dos gabinetes dos deputados, incluindo funcionários dos parlamentares presos, e não de representantes de movimentos sociais. Wagner afirmou que, se for necessário, abrirá sindicância e que os integrantes da Mesa Diretora da Casa, deputados Andre Celiano, Jânio Mendes, Geraldo Pudim, Marcos Vinícius e Renato Cozzolino, serão convidados a prestar esclarecimentos.

O Ministério Público do Rio de Janeiro distribuiu um mandado de segurança, junto ao Órgão Especial do TJ-RJ, no qual pede a anulação da sessão plenária por descumprimento da decisão judicial. O PSOL-RJ vai entrar como "amicus curiae" na ação. Um dos motivos alegados foi o impedimento do acesso da oficial. No entender do MP-RJ, a plenária deveria ser interrompida até a confirmação do acesso de populares às galerias. Procurada para comentar o assunto, a Assessoria de Comunicação da Alerj confirmou a identidade do segurança, mas disse que só poderia dar mais detalhes sobre o funcionário e sua atitude a partir desta terça-feira.

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Dornelles depõe em ação contra ex-mulher de Sérgio Cabral.

Arrolado pela defesa de Susana, Dornelles disse não ter conhecimento de que o patrimônio 
da ex-mulher de Cabral tenha aumentado com o casamento com o ex-governador.


AGÊNCIA BRASIL

Rio - O vice-governador do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, prestou depoimento nesta terça-feira ao juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, em ação contra a ex-mulher do ex-governador Sérgio Cabral, Susana Neves Cabral. Arrolado pela defesa de Susana, Dornelles disse não ter conhecimento de que o patrimônio da ex-mulher de Cabral tenha aumentado com o casamento com o ex-governador. O vice-governador disse que imóveis da família de Susana, como um sítio em Araras, na região serrana do Rio, um apartamento no Jardim Botânico, na zona sul da capital fluminense, e uma casa em São João del-Rei, em Minas Gerais, foram comprados pelo pai da ex-mulher de Cabral, que já morreu. Segundo Dornelles, o pai de Susana, que era seu primo, foi um advogado bem-sucedido com elevado padrão de vida. Ele ainda acrescentou que a vida financeira de Susana era organizada pelo pai.


Ex-mulher do ex-governador Sérgio Cabral, Susana Neves Cabral.

O processo na 7ª Vara Federal Criminal investiga suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada para dar aparência de legalidade a dinheiro de propina. Os acusados são Sérgio Cabral, o dono da FW Engenharia, Flávio Werneck; o contador da FW, Alberto Conde; a ex-mulher de Sérgio Cabral, Susana Neves; o irmão do ex-governador, Maurício Cabral; e Carlos Miranda, um dos operadores do esquema. A denúncia se refere ao uso da empresa Survey Mar e Serviços Ltda, ligada a Flávio Werneck, para dar aparência lícita ao pagamento em propina.

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MPF investiga pedido de Sérgio Cabral a deputados presos.

Ex-governador teria pedido a Picciani e a Albertassi para empregar parente.


Picciani e Cabral conversaram em corredor de presídio: 'É degradante'.
BRUNA FANTTI

Rio - A denúncia feita pelos procuradores do Ministério Público Federal que desencadeou a operação Cadeia Velha, na semana passada, revela emails trocados entre o ex-governador Sérgio Cabral e os deputados do PMDB do Rio Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi. Em um deles, há o indício de nepotismo cruzado. Em uma das mensagens, Cabral pediu a Picciani e a Albertassi que mantivessem o marido de uma prima na Assembleia Legislativa do Rio. "As investigações revelam que são constantes os pedidos para ocupação de cargos e empregos públicos, inclusive de Sérgio Cabral, que interveio para que Albertassi e Picciani mantivessem parente do ex-governador trabalhando na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro", afirmaram os procuradores.

O e-mail data do dia 4 de fevereiro de 2015 e foi enviado por Cabral. "Amigos, Priscila é minha prima e filha do meu tio que é irmão da minha mãe. Se puder manter seu marido eu agradeço. Acabaram de ter um filho. Forte abraço." De acordo com a legislação, nepotismo direto é "aquele em que a autoridade nomeia seu próprio parente". Já o cruzado é aquele em que "o agente público nomeia pessoa ligada a outro agente público, enquanto a segunda autoridade nomeia uma pessoa ligada por vínculos de parentescos ao primeiro agente, como troca de favores, também entendido como designações recíprocas".

Outro caso polêmico de nomeações envolvendo os políticos presos ocorreu no Tribunal de Contas do Estados (TCE). Em depoimentos revelados na última sexta-feira, três conselheiros substitutos do TCE afirmaram que foram convencidos pelo deputado Edson Albertassi a assinar uma carta renunciando à vaga de titular do órgão, aberta pela aposentadoria de Jonas Lopes. A justificativa: Picciani queria o deputado no TCE. Marcelo Verdini Maia, Andrea Siqueira Martins e Rodrigo Nascimento disseram que foram convencidos pelo deputado Edson Albertassi a desistirem do cargo. Em nota, os três conselheiros afirmaram que não foram pressionados.

Denúncia lembra 'Informe do DIA'.
Ainda na denúncia, os procuradores citaram informação veiculada pelo jornalista Paulo Cappelli, em maio deste ano, na coluna 'Informe do DIA'. Nela, Cappelli apontava a influência de Jorge Picciani, Albertassi e Melo para a escolha de cargos em outros órgãos: Agenersa (Agência responsável pela regulação e fiscalização dos serviços públicos de distribuição de gás canalizado) e Agentransp (agência que regula o serviço de transporte público no estado).

De acordo com o colunista, as indicações para o posto foram feitas, nos últimos anos, pelos deputados. Entre as vantagens para o cargo de conselheiro desses órgãos reguladores estão o de salário equivalente ao de secretário estadual (R$ 16.579,67), direito a auxílios saúde e alimentação. Além disso, com a verba de gabinete de R$ 40.000,00 mensais que também podem nomear, de livre escolha, até seis funcionários comissionados. Por conta do feriado, as assessorias das agências não foram encontradas. A defesa dos deputados não retornou aos contatos feitos.

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Joaquim Barbosa: 'Não sei como PMDB, PSDB e PT têm coragem de lançar candidatos'

Sem confirmar e nem negar a possibilidade de ser candidato à Presidência, Barbosa admitiu 
que vem sendo sondado por partidos políticos, movimentos e 'muitas pessoas nas ruas, por onde vai'.


Joaquim Barbosa: candidatura presidencial está no radar.
ESTADÃO CONTEÚDO

Brasília - Em mais uma crítica ao momento de perda da credibilidade na política, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa afirmou que "não sabe como os três maiores partidos do Brasil ainda terão coragem de lançar candidatos" para as próximas eleições. "Acredito que haverá um repúdio enorme aos candidatos desses três maiores partidos - PMDB, PSDB e PT", disse, em entrevista à rádio CBN, na noite da segunda-feira. Sem confirmar e nem negar a possibilidade de ser candidato à Presidência, Barbosa admitiu que vem sendo sondado por partidos políticos, movimentos e "muitas pessoas nas ruas, por onde vai". "Mas eu não tenho resposta ainda", afirmou, sem citar as siglas que o procuraram.

Para o ex-ministro, as eleições de 2018 serão muito parecidas com as de 1989, que sucederam a ditadura militar no Brasil. "Pela pulverização de candidatos, esfacelamento das instituições, decadência moral e perda de credibilidade", explicou. Apesar de não admitir qualquer tipo de candidatura até o momento, Barbosa fez questão de ressaltar que fez parte de um momento que talvez tenha sido o "apogeu do STF em sua história""O Supremo soube estar à frente de seu tempo, à frente da sociedade brasileira, que é conservadora em muitos aspectos", ressaltou, citando decisões da Corte como o reconhecimento da união homoafetiva, a lei da Ficha Limpa, o aborto em caso de fetos anencéfalos e o fim do financiamento de campanhas políticas por empresas - que passa a valer nas próximas eleições. Questionado sobre o julgamento do escândalo do mensalão, disse que prefere ser lembrado pelo conjunto das decisões tomadas pelo tribunal durante sua presidência. "É um clichê criado pela imprensa, que tem importância para vocês - para mim, não."

Entrevistado no Dia da Consciência Negra, ele ainda destacou acreditar em alguns avanços no combate ao racismo no País. "Me regozijo em perceber que, finalmente, o Brasil começa a reconhecer o peso histórico da escravidão e da discriminação racial que sempre foi a marca da sociedade. Há um avanço ao aceitar o debate, aceitar a existência do problema. Falta enfrentá-lo de maneira efetiva." Joaquim Barbosa deixou o STF em agosto de 2014 e vem atuando em escritório de advocacia com sedes no Rio, São Paulo e Brasília.

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Paulo Ramos já denunciou 'caixinha da Fetranspor'.


Em 1999, deputado afastado discursou: 'Não há um servidor ou deputado que não tenha ouvido falar nisso. 
Não podemos dar as costas para esses murmúrios. Vamos apurar. Vamos ver os bens de cada um'
O DIA

Rio - Afastado do Psol após votar contra a prisão preventiva dos três peemedebistas acusados de obter propina da Fetranspor, Paulo Ramos já denunciou "a tal caixinha da Fetranspor" na Assembleia Legislativa. Em 1999, discursou: "Não há um servidor ou deputado que não tenha ouvido falar nisso. Não podemos dar as costas para esses murmúrios. Vamos apurar. Vamos ver os bens de cada um. Vamos ver como o patrimônio cresceu". E concluiu: "Há um grupo político que está sempre muito ligado às questões exclusivas da área de transporte"(...), só com base nisso, seria exagero classificar como incoerente a forma como Ramos votou na sexta, mas que é curioso, é. Ao sustentar o voto pela soltura dos colegas na semana passada, Ramos justificou: "Quem quiser se submeter à ditadura do Judiciário não está preparado para defender as liberdades públicas. Para defender a democracia". A executiva nacional do Psol anunciou que o expulsará do partido.

Denúncia
As informações acima estão na denúncia de 232 páginas elaborada pelo Ministério Público Federal contra o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), e os deputados Paulo Melo (PMDB) e Edson Albertassi (PMDB). A referência do MPF a Paulo Ramos, assim como todo o documento, foi feita antes da votação que revogou a prisão preventiva do trio com o apoio de 39 deputados.

Salvação de Lavouras?
Já com as investigações em andamento, o empresário e ex-presidente do Conselho de Administração da Fetranspor José Carlos Lavouras apagou de seu celular os telefones do trio peemedebista e de Jorge Luiz, apontado como um dos operadores do esquema. Os números foram excluídos em setembro do ano passado de seu iPhone 7. O fato foi usado pelo MPF para reforçar o pedido de prisão de Lavouras, encarcerado há uma semana.

Preocupação
O MPF encontrou no celular de Lavouras uma série de pesquisas sobre o delator Álvaro Novis. Um dos 'googles' dados por Lavouras foi: "alvaro novis quem é seu advogado". Os procuradores regionais da República dizem que a pesquisa foi feita "poucos dias antes" da Operação Quinto do Ouro, que promoveu em março uma devassa no Tribunal de Contas do Estado.

Fora do plenário
Paulo Melo foi hoje à Alerj, mas não ao Plenário. Teria reuniões fechadas para decidir se, assim como Picciani e Albertassi, também entrará com pedido de licença não remunerada. A pressão de aliados é grande para que isso ocorra. "Não tem como o Paulo Melo continuar presidindo a Comissão de Orçamento da Casa enquanto essas suspeitas pairarem sobre ele", diz um dos deputados que votaram pela soltura do trio.

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STJ confirma condenação de Bolsonaro por danos morais a Maria do Rosário

Ele terá de pagar R$ 10.000,00 à deputada.


Jair Bolsonaro (PSC-RJ) foi condenado por
danos morais a Maria do Rosário (PT-RS).
AGÊNCIA BRASIL

Brasília - A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve, por unanimidade, decisão da primeira instância que condenou o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) a pagar R$ 10.000,00 de indenização por danos morais à deputada Maria do Rosário (PT-RS). A decisão foi tomada no dia 24 de outubro, mas publicada na semana passada. Em agosto, o colegiado julgou o caso pela primeira vez, mas a defesa do deputado entrou com novo recurso para esclarecer supostas omissões e contradições na decisão. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) condenou Bolsonaro por ter dito, em 2014, que Maria do Rosário não mereceria ser estuprada por ser “muito feia”, não fazendo seu “tipo”.

A defesa de Bolsonaro argumenta que tem imunidade constitucional, não podendo ser alvo de ações do tipo ou de condenações por palavras que tenha proferido enquanto deputado. Entretanto, a Justiça entendeu até o momento que as declarações dele foram feitas fora do contexto da atividade parlamentar. Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) em duas penais por causa do mesmo episódio, ambas relatadas pelo ministro Luiz Fux.

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Corregedoria da Polícia Civil ouve inspetora que pesquisou sobre Marcelo Bretas

Cinco faltaram à convocação e serão chamados novamente a comparecer 
ao órgão e mais quatro também já tiveram o depoimento marcado.


ADRIANA CRUZ

Rio - A Corregedoria da Polícia Civil ouviu uma inspetora que fez pesquisa no portal da segurança sobre o juiz Marcelo Bretas e seus familiares. Cinco faltaram à convocação e serão chamados novamente a comparecer ao órgão e mais quatro também já tiveram o depoimento marcado. Um dos agentes será ouvido 1ª Corregedoria Regional de Polícia, em Niterói. A Polícia Federal apura se foi montado um fundo de R$ 5.000.000,00 para pagar pelas informações. O dossiê teria sido encomendado pelo ex-governador Sérgio Cabral preso há um ano. Cabral nega.

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TRF manda prender novamente deputados e pede intervenção do STF no Rio

Decisão dos desembargadores foi unânime, por cinco votos a zero. 
Intervenção do STF foi sugerida caso prisões não sejam cumpridas.


Sessão no TRF discute as prisões dos deputados
Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi.
ADRIANA CRUZ

Rio - Na sessão extraordinária na tarde desta terça-feira, os desembargadores da 1ª Seção Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) decidiram, por unanimidade, pelo restabelecimento da prisão dos deputados Jorge Picciani, Edson Albertassi e Paulo Melo, ambos do PMDB, por cinco votos a zero. Além das prisões, os magistrados também pedem a intervenção federal do Supremo Tribunal Federal (STF) no Rio, caso haja descumprimento das medidas. Votaram os desembargadores:
Abel Gomes, 
Messod Azulay Neto, 
Paulo Espírito Santo, 
Simone Schreiber 
e Marcello Granado. 

O desembargador Abel Gomes sugeriu ainda que o presidente da corte, André Fontes, peça a intervenção do STF no Rio caso a decisão pelas prisões seja descumprida. "Nada feito aqui é perseguição. Torcemos até pelos réus. O Judiciário não está de joelhos, nunca esteve e nunca estará", falou o desembargador Paulo Espírito Santo, criticando em seguida duramente a soltura dos parlamentares através de votação na Alerj.



Desembargador Paulo Espírito Santo

"Quando vi a Alerj ilegalmente soltando os presos em carros oficiais pensei 'Meu Deus, para quê juiz, Ministério Público e advogado? Parecia um resgate de filme de faroeste. Sem querer ofender, de bandidos. Não é possível que se faça isso e está todo mundo vendo", disse.

Já o desembargador Abel Gomes pediu o restabelecimento da prisão dos parlamentares considerando que a decisão da Alerj que os soltou é de "ordem ilegal com esdrúxulos alvarás de soltura" e afirmou que "só prende quem solta""O parlamento jamais pode revogar uma prisão decretada pela Justiça, só pode ser revogada pelo Judiciário", afirmou o desembargador Marcello Granado.

O advogado de Picciani, Nelio Machado, chamou a decisão de 'ilegal, inconstitucional e infeliz' e disse que vai recorrer às cortes superiores. Ainda de acordo com Nelio, seu cliente deve se comportar como da outra vez, ou seja, vai se apresentar à Justiça. Já a defesa de Edson Albertassi informou que o deputado "já se apresentou à Polícia Federal para cumprir a determinação do TRF". "Edson Albertassi confia na Justiça e estará sempre à disposição para esclarecer os fatos", diz um trecho do comunicado. Edson Albertassi foi o primeiro a chegar à sede da Polícia Federal, na Zona Portuária, por volta das 15:30hs. Paulo Melo chegou às 16:00hs, e, até a mesma hora, Picciani ainda não havia se apresentado à PF. O TRF-2 comunicará à Alerj a decisão referente ao afastamento. A Casa tem 24 horas para se manifestar sobre a ordem de prisão.

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quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Marqueteiro diz que pagou 'mesada' a 11 pessoas indicadas por Cabral em esquema apelidado de 'Movimento Social'

Segundo Renato Pereira, receberam mesada: Maurício Cabral, irmão do ex-governador; fundador de bloco de carnaval; produtora de filme; piloto do helicóptero do ex-governador e até fotógrafo da presidência da República.


Por Bom Dia Rio

O marqueteiro Renato Pereira, que foi responsável por várias campanhas eleitorais do PMDB do Rio nos últimos anos, disse, em delação que pagou mesada a pelo menos 11 pessoas, por ordem do ex-governador Sérgio Cabral. Segundo Renato, entre os anos de 2007 e 2008, o então secretário de governo de Cabral, Wilson Carlos, disse que havia a necessidade de abastecer o caixa paralelo do governo, apelidado por Wilson de "Movimento Social”. Segundo Renato, no início se definiu que a quantia seria entre R$ 1.000.000,00 e R$ 1.200.000,00 por ano, paga em espécie e entregue por ele a Carlos Miranda, que é apontado pelas investigações do Ministério Público Federal como operador financeiro do ex-governador.

Entre 2009 e 2010, preocupado com a segurança, Renato diz que passou a se encontrar com Carlos Miranda de maneira mais esporádica - a cada três ou quatro meses - na esquina das ruas Alexandre Ferreira e General Garzon, no Jardim Botânico, para repassar valores, geralmente cerca de R$ 400 .000,00 a cada encontro. O marqueteiro diz que esses encontros aconteceram cerca de 10 vezes. Toda essa quantia, de R$ 1.000.000,00 a R$ 1.200.000,00 por ano tinha um destino. Segundo o marqueteiro, Sérgio Cabral exigia que fossem pagas mesadas a pessoas indicadas por ele. O delator entregou à Procuradoria Geral da República uma lista com 11 nomes ligados à gestão do ex-governador.

Um dos nomes é o do então subsecretário de Comunicação do Governo do Rio, Ricardo Cota. Renato Pereira diz que entre 2007 e 2008, Wilson Carlos pediu que ele procurasse Cota, a fim de acertar o pagamento de um complemento ao salário dele e que repassou pessoalmente a ex-subsecretário o valor de R$ 30.000,00 mensais, sempre em espécie, entregue ou na Prole, empresa do delator, ou na secretaria de Comunicação do Governo.


O irmão do ex-governador, Maurício Cabral, reapareceu na delação de Renato Pereira. O marqueteiro diz que Maurício Cabral também recebeu R$ 30.000,00 por mês, em espécie, entre 2007 e 2008. E que entregou, pessoalmente, essa quantia a ele por cinco ou seis vezes no escritório de Maurício rua Maria Quitéria, em Ipanema. Posteriormente, segundo Renato, os valores passaram a ser pagos por seu sócio, Luiz Loffler, até junho de 2016, já durante o mandato de Luiz Fernando Pezão. Além dessa mesada, Renato Pereira diz ainda que Maurício Cabral também recebeu entre 2008 e 2016 uma participação anual nos lucros da Prole, no valor de R$ 250.000,00.


O braço-direito de Cabral, Wilson Carlos, também teria recebido mesadas do marqueteiro no valor de R$ 30.000,00 em espécie e que as vezes lhe entregava R$ 60.000,00 ou R$ 100.000,00 de uma vez. Ainda segundo Renato, as entregas eram feitas no Palácio Guanabara, no gabinete de Wilson Carlos e foram feitas até o último mês da gestão de Cabral. O marqueteiro diz ainda que, mesmo depois da eleição de Pezão, Wilson Carlos continuou a receber a mesada de R$ 60.000,00, já que ele, segundo o delator, continuava muito influente no governo Pezão.


Outro a receber valores foi o então subsecretário de eventos da secretaria de Comunicação, Francisco de Assis Neto, o Kiko. Segundo o delator, em 2011, Ricardo Cota pediu a Renato Pereira repassar a Kiko uma quantia de fim do ano e, segundo ele, Kiko recebeu R$ 100.000,00 em pelo menos uma oportunidade.


Renato Pereira cita ainda diversas pessoas em sua delação. Ele diz que, com ao passar do tempo, a lista de pessoas que deveriam ser agraciadas com valores mensais, lista essa elaborada por Cabral e transmitida por Wilson Carlos, passou a contar com uma mulher chamada Ana Paula, apontada por Renato como ex-secretária pessoal do ex-governador Anthony Garotinho. Segundo o marqueteiro, Ana Paula recebeu R$ 20.000,00 mensais a partir de 2009, entregues em espécie por um de seus sócios.

Hudson Carvalho, ex-assessor de Cabral, também recebeu, segundo o marqueteiro, R$ 20.000,00 entre 2007 e março de 2014. Um dos pilotos do helicóptero de Sérgio Cabral também teria recebido mesada. Segundo a delação, o piloto retirava R$ 10.000,00 mensais na sede da Prole. O marqueteiro conta ainda como era feita a matemática do dinheiro das mesadas. Segundo ele, a base era a simulação de serviços de pequenas produtoras de vídeos. Uma delas era a Carioca Filmes LTDA, que fazia os vídeos e divulgava os atos do governo. Segundo Renato, a Carioca produzia muito conteúdo.

Renato Pereira diz ainda que depois que as produtoras recebiam os valores do governo, estes eram sacados e o pagamento enviado para a Carioca Filmes, de forma que o dinheiro chegava ao sócio de Renato, Eduardo Villela. Esses valores, então, eram entregues às pessoas indicadas por Cabral. Segundo o delator, entre as pessoas que recebiam dinheiro e emitiam notas contra a Carioca Filmes estava o cineasta Roberto Berliner. Renato diz que Roberto era seu antigo sócio, que ele ficou fora dos contratos com o governo Cabral e que recebeu de R$ 20.000,00 a R$ 25.000,00 mensais, de 2007 até março de 2014.


O cineasta Dodô Brandão, fundador do bloco de carnaval "Simpatia é Quase Amor", recebeu, segundo Renato Pereira, mesada de R$ 20.000,00 a partir de 2012. O jornalista Carlos Henrique Souza de Vasconcelos, conhecido como Peninha e apontado por Renato Pereira como ligado ao ex-governador Anthony Garotinho, também recebeu cerca de R$ 40.000,00 por mês a partir de 2008.


Ricardo Stuckert, fotógrafo da presidência da República durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, também é apontado por Renato Pereira como um dos beneficiários do esquema. Segundo o marqueteiro, ele foi incluído na lista para agradar o ex-presidente Lula e recebeu cerca de R$ 40.000,00 de 2012 a março de 2014, através da emissão de notas por uma empresa de um amigo de Renato. Renato Pereira diz ainda em sua delação que de tempos em tempos, Cabral pedia que Wilson Carlos confirmasse a lista com ele, para verificar o total dos pagamentos, para saber se todos os indicados estavam recebendo os recursos.

As defesas de Wilson Carlos e Carlos Miranda disseram que só vão se manifestar no processo. Carlos Henrique Souza Vasconcelos disse que comprovou os serviços ao governo do estado, emitiu nota fiscal e pagou os impostos. Ele disse que fez a declaração no imposto de renda. A produção do Bom Dia Rio não conseguiu contato com as outras pessoas citadas na reportagem.

g1.globo.com