Delegado Waldir afirma que foi substituído na comissão pelo PR por não votar com o Planalto.
MARCELO ROCHA
O deputado Delegado Waldir, do PR de Goiás, recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira (11) para retomar o lugar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, responsável pela análise da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer. Waldir defende a apuração dos fatos atribuídos a Temer, contrariando os líderes de seu partido, alinhados ao Palácio do Planalto. No domingo (9) à noite, afirma o parlamentar de Goiás, ele foi procurado pelo líder do PR na Câmara, José Rocha. "Ele [Rocha] foi claro: se eu não tivesse condições de votar contra a admissibilidade da denúncia, que renunciasse ao posto na CCJ", disse Waldir a EXPRESSO. O deputado goiano respondeu que aquela não seria conversa para uma ligação telefônica no domingo à noite e que voltariam a falar a respeito no dia seguinte, em Brasília.
Ao chegar à capital do país, na segunda-feira (10), Waldir recebeu a comunicação da liderança do PR de que estava sendo substituído na comissão. “Diante de tantas manobras com o fito de, indiscutivelmente, impossibilitar que a denúncia contra o presidente da República seja recebida pela Casa, não há como não enxergar a prática de obstrução da Justiça – ainda que por analogia – onde tudo e todos os atos praticados pelos ‘aliados’ carreiam para impedir a investigação de crimes envolvendo o senhor presidente da República", afirmou no recurso ao STF.
O deputado afirma que é titular da CCJ há dois anos e meio, “atuante, e está estarrecido com essa substituição abstrusa, às vésperas da votação da aceitabilidade ou não da referida denúncia”.
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