sexta-feira, 9 de junho de 2017

Empresa diz que médica que recusou atender menino estava começando plantão.

"Ela começou às 07:00hs., da manhã o plantão. Se não era o primeiro, era o 
segundo atendimento", falou presidente da Cuidar Emergências Médicas.


Breno, de um ano e meio, morreu pouco mais de uma hora depois 
de médica se recusar a socorrê-lo e levá-lo para um hospital.
ADRIANO ARAÚJO

Rio - O presidente da "Cuidar Emergências Médicas", Orlando Rubens Lisboa Corrêa, empresa responsável pelo serviço de atendimento que trabalha a médica que se recusou a atender Breno Rodrigues Duarte da Silva, de um ano e meio, na quarta-feira, revelou que ela não estava no final do plantão e sim começando o turno, contrariando o que a profissional disse para não atender a criança, segundo os pais da vítima. O menino morreu uma hora e meia depois. O Cremerj abriu uma sindicância para investigar a conduta da médica e a Polícia Civil apura se houve crime de homicídio culposo. "Ela começou às sete da manhã o plantão. Se não era o primeiro, era o segundo atendimento dela. Ela estava próximo do condomínio e chegou com rapidez", disse ao DIA, confirmando que os documentos rasgados pela médica eram da solicitação do atendimento. Orlando afirmou que o procedimento — uma gastroenterite — para o qual a médica foi acionado era fácil e que não consegue entender a postura da profissional, mas determinou o seu imediato afastamento e a impediu de assumir plantões. O representante da "Cuidar" disse que Breno já foi atendido pela seu serviço ao menos uma vez e que entrará em contato com os pais do menino. "Ela simplesmente abandonou o atendimento, a técnica em enfermagem que acompanhava a ambulância tentou convencê-la a subir, mas ela ficou em frente ao prédio, como se tivesse em surto. Não posso dizer que ela se negou, porque ela pode dizer que passou mal, que aconteceu algo com ela. Ela tem que esclarecer. É uma situação que nos entristece muito", falou. A empresa, desde então, não conseguiu falar ou localizar a médica. Em nota, a empresa disse que atua há anos no mercado e que nunca foram registrados casos como este que ocorreu "pela irresponsabilidade de uma profissional que nos entristeceu." "Queremos deixar claro que a empresa não pactua com essa atitude e estamos hoje comunicando ao órgão de classe sobre o ocorrido", disse a empresa em nota.



Cremerj investiga conduta da médica
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu uma sindicância para apurar a assistência médica prestada a Breno. A "Cuidar Emergências Médicas" já enviou todas as informações sobre a profissional e o atendimento que não foi concluído. O Cremerj lamentou a morte do bebê e afirma que investigará minuciosamente o caso. O conselho reiterou ainda que, como um dos princípios fundamentais da profissão, "a saúde do ser humano deve ser o alvo de toda atenção do médico, que deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional." O nome da médica não foi divulgado.

Polícia apura homicídio culposo
A mãe prestou queixa na 16ª DP (Barra da Tijuca), que abriu um inquérito policial para apurar as circunstâncias em que o bebê morreu após não ter sido socorrido. Os agentes analisaram as imagens das câmeras de segurança e disseram que há indícios dos crimes de homicídio culposo e supressão de documento. "A delegada que presidiu o inquérito no momento do registro informou que a médica, na situação em teriam ocorrido os fatos, era agente garantidora da vida do bebê e por isso poderá responder por homicídio culposo com aumento de pena por inobservância de regra técnica de profissão", disse a Polícia Civil em nota. O próximo passo das investigações é ouvir o porteiro do condomínio, o motorista da ambulância e a própria acusada.

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