terça-feira, 13 de junho de 2017

Autor do pedido de impeachment deixa o PSDB e fala em "túmulo" do partido.

Saída ocorre após tucanos decidirem permanecer na base aliada do governo Temer.


Reale diz que desistiu do PSDB "diante de tantas vacilações e fragilidades".

Jornal do Brasil

A decisão do PSDB, na noite de segunda-feira (12), de permanecer na base aliada do governo de Michel Temer deflagrou a desfiliação de tucanos. Autor do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o jurista Michel Reale Jr. anunciou que deixará o PSDB e disse que o partido será enterrado. "Espero que o partido encontre um muro suficientemente grande que possa servir de túmulo", disse Reale, ao jornal O Estado de S.Paulo, acrescentando que sua saída do partido será oficializada nesta terça-feira (13) por meio de carta ao diretório nacional. Para o jurista, que já chegou a defender o impeachment de Michel Temer, o PSDB foi fraco eticamente e que sua saída do partido se dá, portanto, "diante de tantas vacilações e fragilidades""Foi difícil sair de um partido do qual fui vice-presidente em São Paulo, amigo de todos seus dirigentes, compartilhei ideais e esperanças, mas desisti diante de tantas vacilações e fragilidades onde não se pode ser fraco que é diante da afronta à ética", completou.


"A história nos impôs a incoerência", diz presidente do PSDB, Tasso Jereissati.
Integrantes do PSDB decidiram na noite de segunda-feira (12) continuar no governo Temer.

Após a decisão do PSDB, na noite da segunda-feira (12), o presidente nacional interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse que o partido segue na base de apoio ao governo Michel Temer, mas que serão feitas avaliações diárias dos cenários políticos. Contudo, Tasso defendeu que o partido recorra da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que absolveu a chapa Dilma-Temer. Ele disse que os advogados do partido vão aguardar a publicação do acórdão e depois submeter a decisão à executiva. "Eu, como presidente, penso que devemos recorrer. O advogado quer esperar a publicação [do acórdão]. Vamos continuar no governo Temer, sem deixar de lado as nossas convicções. E eu estou convicto de que houve corrupção na eleição de 2014".

Perguntado se essa posição não seria incoerente, o tucano reconheceu que sim, mas que prefere seguir suas convicções. "Com certeza há uma incoerência nisso, mas foi a história que nos impôs. Esse não é o meu governo, nem o governo dos meus sonhos. Não votei nele [Temer] nem nela [Dilma]. Estamos juntos para dar a estabilidade que o país precisa. Estaria mais confortável com alguém do PSDB [na Presidência]".

Aliança
"Vamos avaliar [o governo] diariamente. Todos os dias têm surgido fatos novos e vamos estar atentos", disse o senador ao final da reunião da executiva nacional, que durou mais de seis horas. Segundo Jereissati, não houve deliberação do partido sobre a permanência no governo, mas a maioria da legenda entende que um eventual desembarque agora iria prejudicar as reformas. "O partido está unido, mas tem divergências. O partido não tem dono, nem é autoritário. Quem é mais velho lembra que já tivemos crise e no momento exato seguiremos unidos", disse.

Denúncia
Sobre uma eventual denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer, Jereissati disse que o partido não fechará questão e os deputados ficarão livres para votar ( a Câmara é quem decide se autoriza a abertura do processo de investigação contra o presidente). "Vai ser uma decisão da Câmara e cada deputado vai votar da maneira que quiser. Não existe nada de fechar questão em relação a isso. A bancada tem opiniões diferente, vai ser um voto de consciência e não uma decisão partidário. Se tiver um acontecimento muito grave, a opinião vai ser diferente e vamos chamar a bancada e conversar sobre isso", disse.

Com Agência Brasil
http://www.jb.com.br

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