terça-feira, 14 de março de 2017

Atendimento à esporotricose cresce 400%. Prefeitura admite epidemia da doença.


As feridas são profundas, geralmente com pus, 
não cicatrizam e se espalham pelo corpo (Divulgação).
Por Maria Inez Magalhães

Doença que pode ser fatal para felinos e que pode ser transmitida também para cachorros e humanos, a esporotricose é hoje uma epidemia na cidade do Rio, onde a Vigilância Sanitária registrou aumento de 400% no número de animais diagnosticados em 2016, em sua maioria gatos. Ao todo, o órgão fez 13.536 atendimentos no ano passado – seja nos institutos públicos veterinários, em assistência domiciliar ou comunitária – um número bem maior que em 2015, que registrou 3.253. Em pessoas, foram 580 casos, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A infecção em humanos tem cura, mas pode provocar lesões gravíssimas na pele. A Sociedade Brasileira de Dermatologia no Rio de Janeiro entrou na campanha contra a doença e lançou uma cartilha que pode ser consultada em http://sbdrj.org.br/esporotricose-saiba-mais- sobre-a-doenca/#1474323582829- 954438e8-dcd0.

Com um número quatro vezes maior de casos atendidos em apenas um ano, a Vigilância Sanitária confirma a continuidade do tratamento gratuito em suas unidades de zoonoses. O atendimento consiste no exame do animal, encaminhamento de material para análise em laboratório, fornecimento do medicamento, orientação para o tratamento em casa, castração e monitoramento para o dono do animal não esquecer as datas de retorno às unidades. Além dos animais levados pelos donos, as unidades também tratam daqueles abandonados nas ruas.

A esporotricose é um tipo grave de fungo que ataca principalmente gatos. A contaminação dos felinos ocorre pelo contato das garras do animal com material orgânico em decomposição contaminado, como cascas de árvores, palhas, farpas, espinhos e o solo. Para humanos a doença é transmitida por arranhões e contato direto com a pele lesionada. No gato, a doença pode ser mortal, mas o risco de óbito diminui se o diagnóstico for no início da infecção e o tratamento começar logo.

Nos animais devem ser observados alguns sinais, como feridas no focinho e nos membros. As feridas são profundas, geralmente com pus, não cicatrizam e costumam progredir para o resto do corpo. Perda de apetite, apatia, emagrecimento, espirros e secreção nasal também são manifestações da doença. O atendimento de cães e gatos é feito gratuitamente no Instituto de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman (Avenida Bartolomeu de Gusmão, 1.120, em São Cristóvão) e no Instituto Paulo Dacorso Filho (Largo do Bodegão, 150, Santa Cruz).


A esporotricose é uma zoonose e pode causar 
lesões graves em humanos e gatos (Divulgação).
Manifestação em humanos
Nos seres humanos, a manifestação começa com um pequeno caroço vermelho, que pode virar uma úlcera (ferida). Geralmente aparecem nas mãos, nos braços, nas pernas ou no rosto, às vezes formando uma fileira de pequenos nódulos ou feridas. Podem ocorrer ainda dores nas articulações e febre. Os números de casos notificados estão aumentando a cada ano. Em 2015, a SMS registrou 516 pacientes com a infecção na pele e, em 2014, 327. O atendimento pode realizado na unidade de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde) mais próxima da casa do paciente.

SBDRJ entra na luta contra a esporotricose
A informação é uma das armas mais importantes para enfrentar a esporotricose. Por isso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia no Rio de Janeiro (SBDRJ) entrou nessa luta e criou em seu site uma campanha para esclarecer a população e orientar os médicos sobre o processo de notificação aos órgãos públicos. No site da SBDRJ, a população encontra informações e orientações básicas. Mas nada disso substitui o acompanhamento de um médico. Ao primeiro sintoma, é muito importante procurar um dermatologista o mais rapidamente possível. O diagnóstico precoce é uma das garantias do sucesso do tratamento.

Fonte: Prefeitura do Rio
http://blogs.odia.ig.com.br

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