terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Ex-bilionário Eike Batista passa a primeira noite no presídio de Bangu

O empresário, preso pela Lava Jato, divide uma cela com outros
 seis presos pela maior operação anticorrupção da história do Brasil.


Sandra Passarinho
Rio de Janeiro, RJ

Acostumado a viagens em jato particular ou em voo de classe executiva para Nova York, nos Estados Unidos, o empresário Eike Batista vive agora uma nova e dura realidade. O ex-bilionário, preso pela Lava Jato, divide uma cela com outros seis homens presos pela maior operação anticorrupção da história do Brasil. O empresário chegou ao presídio Bandeira Estampa, no Complexo de Bangu, início da tarde da segunda-feira (30) já de cabelo raspado. Bangu 9 tem capacidade para 541 presos e abriga 422. São contraventores, suspeitos de envolvimento com a milícia e quem não têm ligação com facções criminosas. Como não tem curso superior, Eike Batista divide a cela com outras seis pessoas, todas presas em fases anteriores da Lava Jato. As celas têm 15 metros quadrados, beliches de concreto, sem vaso sanitário, só um buraco no chão que serve de banheiro e um cano com água fria para o banho. No mesmo complexo de presídios está Sérgio Cabral. Mas o ex-governador do Rio fica em Bangu 8, para onde vão os detentos com diploma universitário. A transferência de Eike Batista para Bangu 9 foi determinada pela Secretaria de Administração Penitenciária do Rio, que admitiu não poder garantir a segurança dele no presídio Ary Franco. Na chegada, o empresário foi hostilizado por moradores.


A prisão de Eike Batista é preventiva. Ele vai prestar depoimento aos investigadores da Lava Jato na tarde desta terça-feira (31), na sede da Polícia Federal no Rio. O empresário é acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro e de ter pago ao ex-governador Sérgio Cabral propina de US$ 16.500.000,00, que equivale a cerca de R$ 52.000.000,00. Os investigadores da Lava Jato no Rio dizem que o dinheiro pago a Sérgio Cabral saiu da conta de uma das empresas de Eike Batista no Panamá. Para justificar a transferência, foi feito um contrato falso da venda de uma mina de ouro, que agora, descobriu-se, fica na Colômbia, segundo o próprio empresário.


No voo 973 da American Airlines, Eike Batista viajou de classe executiva. Sentou em uma poltrona ao lado da porta, não jantou, tomou dois copos de leite e um comprimido que disse ser para o estômago e dormiu. O avião pousou no Galeão às 09:54hs., da segunda-feira (30). Eike Batista desembarcou antes de todo mundo, ao lado de policiais. Estava sem algemas, carregando um travesseiro e uma pequena mala. Do Galeão foi ao IML, onde fez exame de corpo de delito. Foram os últimos passos antes da cadeia daquele que já foi o 7º homem mais rico do mundo.

http://g1.globo.com/

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