terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Abandonado e sem energia, o estádio do Maracanã é saqueado

Federação carioca denunciou os furtos e cobrou atitude do governo
 do Rio em relação à administração do principal estádio do país.


Por da redação

O Maracanã, um dos templos do esporte mundial, está jogado às traças. O estádio, reformado para a Copa do Mundo de 2014 e para a Olimpíada de 2016, está abandonado, sem energia elétrica e com o gramado em péssimas condições. Na terça-feira, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) revelou uma denúncia ainda mais alarmante: o Maracanã teria sido saqueado por criminosos que levaram diversos objetos, incluindo bustos de bronze históricos. “A Federação de Futebol do Rio de Janeiro recebeu na manhã de terça-feira denúncias de furtos no Maracanã – extintores, mangueiras, televisores, bustos. A preocupação com o presente e o futuro do estádio só aumenta”, informa a Ferj em comunicado. A federação convidou os clubes cariocas para discutir o futuro do estádio e cobrou providências imediatas do governo do Estado. “Depois de convidar os clubes para debater a utilização do templo do futebol no próximo dia 17, às 15:00hs., a Ferj alerta o poder público para prover segurança ao estádio para evitar um saqueamento e sucateamento do maior palco mundial do futebol”, informou o presidente Ruben Lopes. O estádio Jornalista Mário Filho, construído para a Copa do Mundo de 1950, recebeu um investimento de R$ 1.300.000.000,00 do governo do Estado do Rio de Janeiro para ser modernizado para os megaeventos dos últimos anos. Depois da Rio-2016, porém, o estádio foi abandonado e sofre com problemas básicos de manutenção, enquanto aguarda a solução de um imbróglio judicial.

Um ano após a Copa do Mundo, Estádio do Maracanã 
recebe clássico entre Flamengo e Fluminense.
Entenda a confusão
O Maracanã é administrado pela Consórcio Maracanã, liderado pela Odebrecht, que pediu a rescisão do contrato que permite explorar o local. No entanto, tanto a concessionária quanto o governo jogaram a responsabilidade pela abandono do estádio no Comitê Rio 2016, considerando que a entidade organizadora da Olimpíada se responsabilizou por entregar o estádio em boas condições, da mesma forma como recebeu, em março de 2016. A concessionária exige que o comitê faça reparos em áreas prejudicadas durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, como a cobertura, por exemplo. O comitê, por sua vez, tem dívidas milionárias com seus credores e o Estado se nega a ajudar.

O impasse envolvendo a administração do Maracanã vem deixando o estádio sem jogos. O último evento foi o amistoso organizado por Zico, ídolo do futebol brasileiro que tantas vezes brilhou no gramado. A Ferj agora busca dialogar com os clubes e encontrar soluções para que o estádio volte a receber partidas dos clubes cariocas. No ano passado, apenas os dois jogos da decisão do Campeonato Carioca foram disputados no estádio, que passava por obras para utilização no Rio-2016. Após a Olimpíada e a Paralimpíada, o Maracanã recebeu sete partidas oficiais, todas na reta final da temporada 2016, sendo quatro do Flamengo, duas do Fluminense e uma do Vasco.

http://veja.abril.com.br/

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