quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Prefeitura já arca com calotes no VLT

Como previsto em contrato, município compensa concessionária pelas perdas com quem não paga a passagem.


O novo transporte do Centro já entrou na rotina 
do carioca: estações já venderam 300 mil bilhetes.
GUSTAVO RIBEIRO

Rio - Começou a sair das contas da Prefeitura do Rio o prejuízo pelos calotes no Veículo Leve sobre Trilhos, que tem esquema de pagamento espontâneo dentro das composições. Em menos de dois meses após o início da cobrança de tarifa, a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) confirmou que os pagamentos para compensar a concessionária do VLT pelas “perdas” com quem não paga as passagens já estão sendo feitos, mas não informou os valores desembolsados. Como o DIA publicou em outubro, se o número de pessoas transportadas for entre 10% e 20% maior que o de passageiros validados, metade do prejuízo deverá ser ressarcido à concessionária do VLT com recursos do Tesouro Municipal. A compensação mensal é prevista ao longo da concessão de 23 anos em contrato, que estabelece ainda que os valores que excederem os 20% de evasão (pessoas que não pagam a tarifa) são integralmente pagos pela prefeitura. Sensores nos veículos apontariam a lotação e as discrepâncias. A cobrança de tarifa começou em 26 de julho, mas as multas para quem não pagar só passaram a ser aplicadas em 5 de setembro. O valor é de R$ 170,00 para quem deixa de validar os bilhetes eletrônicos nos VLTs — a maioria das estações não tem roletas — pela primeira vez. Para reincidentes, a multa é de R$ 255,00. Até dia 14, foram aplicadas 162 multas, sendo 12 a estrangeiros. O dia com mais registros foi o primeiro (36). Os dias 12 e 13 tiveram a menor incidência (10 multas em ambos).

O VLT transportou 756.173 passageiros nos 17 dias de Olimpíada. Nos fins de semana, atingiu picos com mais de 80.000 passageiros somando sábados e domingos. No primeiro fim de semana de operação na Paralimpíada, mais de 57.000 pessoas andaram de VLT. Desde 5 de junho, início do serviço, foram transportados 2.200.000. “Percebo que o VLT entrou na rotina do carioca”, diz o estudante Rodrigo Rapparini, 20, que usa o transporte entre o trabalho, na Candelária, e a faculdade, na Cinelândia.

Pagamentos por 23 anos
Depois que o VLT estiver em operação plena (prevista para 2017), a prefeitura ainda vai remunerar a concessionária nos meses em que o sistema não atingir as curvas de demanda mínima fixadas em estudo para o horizonte de 23 anos. A prefeitura já remunera o Consórcio VLT Carioca pelos investimentos na obra. O valor, fixado no contrato de 2013 em R$ 5.900.000,00 mensais e iniciado com a operação comercial, gira hoje em torno de R$ 8.000.000,00 (devido à atualização monetária) e será pago ao longo da concessão. O empreendimento custou R$ 1.157.000.000 e foi feito em Parceria Público-Privada com o consórcio formado por CCR, Invepar, Odebrecht Transportes, Riopar, RATP e Benito Roggio Transporte, que pagou R$ 625.000.000,00.

Bilhete só será vendido nas máquinas
A partir de domingo, as estações do VLT não terão mais vendedores do Bilhete Único Carioca, mantidos pela RioCard. A venda e recarga dos cartões continuarão sendo feitas nas máquinas de autoatendimento em todas as paradas. A venda manual foi uma ação voluntária da RioCard para auxiliar o público no início da operação. A RioCard iniciou campanha, esta semana, com agentes que distribuem panfletos nos pontos, painéis digitais e vídeos nos veículos. O objetivo é evitar que o passageiro seja multado. As mensagens alertam que cada usuário deve ter seu RioCard para andar no sistema, que qualquer RioCard é aceito no VLT e nos outros meios de transporte e recomendam a compra das passagens de ida e volta para facilitar o embarque. Segundo Melissa Sartori, gerente de Marketing do RioCard, essas são as principais dúvidas dos usuários.

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