segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Delegado da PF diz que Palocci era o 'Italiano' nas conversas da Odebrecht

Operação aponta que MP beneficiaria a construtura e outras cias; Receita deixaria de arrecadar R$ 208.000.000,00.



Segundo as investigações, Odebrecht se referia ao ex-ministro como 'Italiano'.

ESTADÃO CONTEÚDO

São Paulo - O delegado da Polícia Federal Felipe Hille Pace, responsável pela força tarefa da Lava Jato, disse na coletiva sobre 35ª fase da operação, nomeada Omertà, que a Odebrecht se referia a Antonio Palocci quando usava o codinome "italiano". A PF concedeu coletiva na manhã desta segunda-feira para dar detalhes sobre a ação. Segundo ele, o fato foi descoberto após depoimento da funcionária da empresa Maria Lúcia Tavares na 26ª fase da Operação. Pace explicou que Maria Lúcia não sabia do codinome de Palocci, somente da gíria usada para se referir ao casal João e Mônica Santana, marqueteiros que realizaram campanhas do PT, mas com seu depoimento foi possível analisar novamente os documentos apreendidos na 14ª fase da operação, que teve como principal alvo da Odebrecht, e chegar a conclusão de que "Italiano" era Palocci.

O delegado da PF disse que a última dúvida para ligação entre o codinome e Palocci acabou com um e-mail de 2010 de Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empresa, que dizia que "o italiano não estava" na diplomação de Dilma Rousseff na Presidência. Mas, segundo Pace, Palocci estava, o que aconteceu é que Marcelo não encontrou o ex-ministro na cerimônia.

Prejuízo nos confres públicos
Segundo Pace, a conversão em lei da Medida Provisória 460/2009, que tratava de benefícios fiscais, faria a União deixar de arrecadar uma quantia de R$ 208.000.000,00 em impostos. Esse montante beneficiaria a construtora Odebrecht, além de outras empresas, afirmou. Para o delegado, o ex-ministro Antonio Palocci pediu à Odebrecht alternativas de compensação caso o Projeto de Lei não fosse aprovado. Palocci teria pedido propina de R$ 10.000.000,00 por gerar o benefício à construtora.

Pace citou também que a intermediação de encontros e pagamentos feitos pela Odebrecht a Palocci era feita por meio do ex-chefe de gabinete do então ministro, Juscelino Antônio Dourado. O nome do intermediário aparecia nas planilhas da construtora sob a rubrica "JD". Assim como Palocci, Dourado foi preso na manhã desta segunda-feira, 26, durante a 35ª fase da Lava Jato.

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