domingo, 3 de julho de 2016

Campanha ensina como identificar abusos de agentes do estado

Segunda edição da iniciativa 'Somos Maré. Temos Direitos' tem foco no profissional da segurança pública, especialmente durante operações policiais em comunidades.


Campanha ensina moradores de comunidades a identificar 
e denunciar abusos por parte de agentes do estado.
O DIA

Rio - A segunda edição da campanha 'Somos Maré. Temos Direitos' — lançada dia 2 de julho, na rua Principal da Vila do João, uma das 16 favelas da Maré — foca na discussão das ações do profissional da segurança pública, especialmente durante operações policiais. "A Campanha consiste na entrega porta a porta de material explicativo sobre como legalmente o morador deve ser tratado na relação com a polícia. No caso de violação nessa relação, o morador tem todas as orientações sobre como fazer o registro do abuso do agente do estado”, explica a Coordenadora do eixo segurança pública na Redes da Maré, Lidiane Malanquine. Além de orientar moradores sobre quando uma situação pode ser considerada abuso por do Estado, no mês de julho a campanha promoverá eventos públicos, fortalecendo a entrega dos materiais com apresentações de atividades artísticas, como dança, grafiti e bicicletadas. No dia 16, as ações se concentram no Piscinão de Ramos e no dia 30, na comunidade da Nova Holanda.


A segunda edição da campanha foi elaborada com base em pesquisa amostral, realizada entre novembro e dezembro de 2015, na qual se confirma que 25% dos moradores da Maré já passaram por algum tipo de violação de seus direitos por parte de agentes de Segurança Pública e a grande maioria deles disse que foi desrespeitada nas abordagens policiais. “Essa abordagem violenta, que se tornou corriqueira por parte dos policiais nas favelas, demonstra a falta de respeito e de reconhecimento pela polícia dos direitos dos moradores dessas regiões. Precisamos de servidores públicos – e entre eles estão os policiais – que atuem reconhecendo a condição humana e cidadã dos moradores das favelas”, ressalta Eliana Silva, diretora da Redes da Maré. Os dados da pesquisa ressaltam os objetivos da campanha que é esclarecer, discutir e orientar os moradores sobre seus direitos num momento de abordagens e ações violentas da polícia, além de reivindicar publicamente a mudança da conduta policial nas comunidades. “Não se pode utilizar do pretexto de combater tráfico de drogas para criminalizar a população como um todo e causar vítimas”, pontua Alberto Aleixo, integrante do eixo segurança pública da Redes da Maré.

A iniciativa foi elaborada pela Redes da Maré e conta com a parceria das associações de moradores da região, da Luta pela Paz, do Observatório de Favelas, do Vida Real, da Anistia Internacional, da Actionaid, do Instituto de Estudos da Religião, ISER, o Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, CESEC e da Casa Fluminense.

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