Segunda edição da iniciativa 'Somos Maré. Temos Direitos' tem foco no profissional da segurança pública, especialmente durante operações policiais em comunidades.
Campanha ensina moradores de comunidades a identificar
e denunciar abusos por parte de agentes do estado.
O DIA
Rio - A segunda edição da campanha 'Somos Maré. Temos Direitos' — lançada dia 2 de julho, na rua Principal da Vila do João, uma das 16 favelas da Maré — foca na discussão das ações do profissional da segurança pública, especialmente durante operações policiais. "A Campanha consiste na entrega porta a porta de material explicativo sobre como legalmente o morador deve ser tratado na relação com a polícia. No caso de violação nessa relação, o morador tem todas as orientações sobre como fazer o registro do abuso do agente do estado”, explica a Coordenadora do eixo segurança pública na Redes da Maré, Lidiane Malanquine. Além de orientar moradores sobre quando uma situação pode ser considerada abuso por do Estado, no mês de julho a campanha promoverá eventos públicos, fortalecendo a entrega dos materiais com apresentações de atividades artísticas, como dança, grafiti e bicicletadas. No dia 16, as ações se concentram no Piscinão de Ramos e no dia 30, na comunidade da Nova Holanda.
A segunda edição da campanha foi elaborada com base em pesquisa amostral, realizada entre novembro e dezembro de 2015, na qual se confirma que 25% dos moradores da Maré já passaram por algum tipo de violação de seus direitos por parte de agentes de Segurança Pública e a grande maioria deles disse que foi desrespeitada nas abordagens policiais. “Essa abordagem violenta, que se tornou corriqueira por parte dos policiais nas favelas, demonstra a falta de respeito e de reconhecimento pela polícia dos direitos dos moradores dessas regiões. Precisamos de servidores públicos – e entre eles estão os policiais – que atuem reconhecendo a condição humana e cidadã dos moradores das favelas”, ressalta Eliana Silva, diretora da Redes da Maré. Os dados da pesquisa ressaltam os objetivos da campanha que é esclarecer, discutir e orientar os moradores sobre seus direitos num momento de abordagens e ações violentas da polícia, além de reivindicar publicamente a mudança da conduta policial nas comunidades. “Não se pode utilizar do pretexto de combater tráfico de drogas para criminalizar a população como um todo e causar vítimas”, pontua Alberto Aleixo, integrante do eixo segurança pública da Redes da Maré.
A iniciativa foi elaborada pela Redes da Maré e conta com a parceria das associações de moradores da região, da Luta pela Paz, do Observatório de Favelas, do Vida Real, da Anistia Internacional, da Actionaid, do Instituto de Estudos da Religião, ISER, o Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, CESEC e da Casa Fluminense.
http://odia.ig.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário