sábado, 21 de maio de 2016

Ciclovia do Joá não será inaugurada junto com novas pistas

Prefeitura fará mais estudos antes da entrega da via suspensa.


Impacto das ondas sobre a ciclovia Tim Maia foi seis 
vezes mais forte do que a estrutura poderia suportar.
BRUNA FANTTI

Rio - A ciclovia erguida nas obras de duplicação do Elevado do Joá não será mais inaugurada junto com as pistas novas da via que liga a Barra da Tijuca a São Conrado. Isso porque parte da ciclovia é suspensa sob o mar e sua execução foi de responsabilidade da Concrejato, uma das empresas que participaram da construção da ciclovia Tim Maia, na Niemeyer, que desabou há um mês. A informação foi divulgada, ontem, pelo prefeito Eduardo Paes. A ciclovia passa por dentro do viaduto, mas a entrada é pela praia do Pepino, por uma espiral que fica suspensa sob o mar. “Vamos inaugurar as obras do elevado em no máximo duas semanas, mas a ciclovia, mesmo pronta, não será aberta”, disse Paes. Novos estudos estruturais estão sendo realizados para que a sua inauguração seja liberada.

A duplicação do Elevado deve ser entregue dois anos após o início das obras. A Concrejato, empresa que participou da construção da via na Niemeyer, recebeu R$ 66.600.000,00 para participar das obras da ciclovia do Joá. Paes também anunciou dados preliminares dos laudos técnicos encomendados pela prefeitura. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias, a onda que atingiu a ciclovia Tim Maia era seis vezes mais forte do que a parte da estrutura atingida que acabou desabando. A laje que desabou poderia aguentar até 0,55 toneladas por metro quadrado, mas a onda que atingiu a parte que desabou tinha uma potência de 3,1 toneladas. Na ação, duas pessoas morreram.

Paes irá reformar ciclovia
O prefeito Eduardo Paes confirmou que houve erro de cálculo na construção da ciclovia da Niemeyer. “Está claro que houve um erro no projeto. Mas a prefeitura fez o projeto básico, o executivo é da empresa”, disse. Paes também afirmou que a ciclovia será reformada e não destruída, mas o início das obras de reconstrução dependem dos laudos técnicos finais. Até o momento, somente o laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli foi concluído. O órgão da Polícia Civil aponta que houve erro estrutural e que o trecho que desabou tinha apenas uma viga, enquanto os demais possuíam duas. Segundo os técnicos, isso ocorreu porque a empresa Engemolde, que forneceu os pilares e lajes usados na construção, não teria conseguido produzir uma viga com a extensão necessária para o trecho atingido. Com isso, a empresa Premag foi contratada e usou apenas uma viga.

A empresa Premag teve três contratos firmados durante a gestão de Paes na prefeitura. Dois deles para a construção de passarelas na Avenida Brasil. Uma dessas vias, inaugurada em abril de 2012, ao custo de R$ 1.900.000,00, é alvo de reclamações dos usuários. “Não me sinto seguro atravessando essa passarela, ela balança demais. Minha mochila já ficou presa nessas grades soltas”, contou o marinheiro Flávio Eduardo, de 23 anos.

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