segunda-feira, 16 de maio de 2016

Bandidos usaram revólver, foice e faca para roubar em trilha para Pedra Bonita

Grupo de 10 pessoas que acessava trilha foi intimidado por sete assaltantes, que levaram celulares, relógio, dinheiro e jóias.


Trilha que dá acesso à Pedra Bonita faz parte da 
Floresta da Tijuca e é muito procurada por turistas.
BRUNA FANTTI

Rio - O caminho entre amendoeiras, ipês e pássaros ao ar livre virou um pesadelo para um grupo de 10 pessoas, no início da tarde de ontem. Eles faziam a trilha de acesso à Pedra Bonita, na Floresta Nacional da Tijuca, quando foram abordados por sete assaltantes. Perderam celulares, relógio, dinheiro e joias. De acordo com o boletim de ocorrência da 15ªDP (Gávea), os assaltantes, além de portarem um revólver, ameaçaram as vítimas com uma foice e facas. Não houve agressões físicas, somente ameaças verbais. A ação teria durado cerca de 10 minutos e, sem policiamento, o grupo conseguiu fugir, com calma, pela mata. Dois grupos distintos foram assaltados: um era do Rio de Janeiro e o outro, de São Gonçalo, na Região Metropolitana. Um estava próximo ao outro, no momento do anúncio do assalto.

A trilha para a Pedra Bonita faz parte do Parque Nacional da Tijuca que, com seus 4.200 Km2 corta a cidade de ponta a ponta. Pela mata é possível atravessar a cidade das duas diferentes regiões, desde a Zona Oeste até a Zona Sul. Por conta disso, desde a década de 1990 traficantes usam a mata do Parque e suas diferentes vias para assaltos e invasões de favelas rivais. Em 2011, a mata foi utilizada por traficantes como caminho para a invasão do Morro do Banco, em São Conrado, Zona Sul. De acordo com investigação da Polícia Civil à época, o deslocamento foi usado para não chamar a atenção dos agentes. Segundo um inspetor da delegacia da Gávea, o fato de as vítimas relatarem que um dos assaltantes estava com uma foice aponta a familiaridade dos criminosos com o deslocamento em matas fechadas. Além do deslocamento para assaltos, as matas servem como esconderijo para armas e drogas.

Pouco policiamento
Desde 2015, o parque, que possui gestão federal, é policiado por agentes do CPAM (Comando de Polícia Ambiental), da Polícia Militar. O efetivo conta com somente 324 agentes, que se revezam em escala. Em setembro do mesmo ano, um policial foi baleado ao tentar impedir um assalto. Mesmo com o patrulhamento reforçado, a sensação de insegurança não diminuiu, segundo frequentadores. “Faço há 25 anos a atividade e ultimamente fico sabendo cada vez mais de assaltos nas trilhas da moda: Gávea, Telégrafo, Pedra Branca”, disse o guia de trilhas, Marcos Rabelo.

COMO EVITAR

- Não leve objetos de valor. Opte só pelo necessário para a trilha como a roupa adequada, alimentação e kit primeiros socorros. Para a fotografia prefira a velha máquina digital ao invés do smartphone.

- Como não será necessário usar dinheiro na trilha, opte por levar o cartão de débito. Se preferir as cédulas, leve o mínimo necessário para a ocasião.

- Não caminhe sozinho. Prefira sempre trilhas em grupo de no mínimo três pessoas. Casais também estão mais vulneráveis.

- Opte por horários adequados. É melhor fazer a trilha entre o fim da manhã e início da tarde. Não entre nem muito cedo e jamais pela noite.

- Evite os roteiros mais evidentes. Algumas trilhas passam por um período em que ficam muito procuradas. Deixe estas para quando a “moda” passar.

- Avise sempre a alguém quando for fazer a trilha, seja um parente, amigo e, quando houver, aos profissionais que trabalham no local ou a polícia. Evite ir por conta própria, procure um guia para a caminhada.

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