domingo, 24 de abril de 2016

Temer não é a favor de aumento de impostos, diz presidente da Fiesp

Skaf almoçou neste domingo com vice-presidente Michel Temer em Brasília. Presidente da Fiesp trouxe proposta para ajuste fiscal sem alta de tributos.


Alexandro Martello
Do G1, em Brasília

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, afirmou neste domingo (24) que o vice-presidente da República, Michel Temer, não é a favor de aumentos de impostos. "Ele ouviu atentamente a tudo isso [propostas] e não é a favor de aumento de impostos", declarou Skaf, após almoço com Temer no Palácio do Jaburu, em Brasília. Questionado se o vice-presidente da República concorda com a visão de Skaf que não é preciso aumentar impostos, ele respondeu de forma direta: "Concorda", declarou.

Acompanhado de outros diretores da Fiesp, Skaf, levou ao vice uma proposta de ajuste fiscal na economia sem necessidade de aumento de tributos. Uma das medidas defendidas pela entidade, por exemplo, é o corte de ministérios no governo federal. De acordo com o presidente da Fiesp, há formas de equilibrar as contas sem aumento de impostos e também sem prejuízo para os programas sociais. “Há muito desperdício, há muito gasto que pode ser evitado, e coisas do Orçamento que podem ser acertadas de forma positiva", afirmou. Segundo ele, o governo poderia, por exemplo, atuar com mais eficiência nos gastos públicos. "Sem dúvida, o governo pode fazer hoje o mesmo que todas as empresas estão fazendo: procurando negociar bem as suas compras, renegociar algumas situações, de forma a enquadrar suas despesas na capacidade das receitas", explicou.

Para Paulo Skaf, o governo tem que fazer "o que a dona de casa faz, que é apertar o cinto quando tem necessidade". "O que as empresas fazem, o governo tem que fazer igual. Não é muito difícil. Tem que encarar e fazer e não pedir mais sacrifício das pessoas e das empresas [com alta de tributos], que já estão fechando. Como pedir que paguem mais impostos, se não estão dando conta de pagar os impostos que tem hoje?", questionou. Um dos interlocutores mais próximos de Temer no meio empresarial, Skaf, também filiado ao PMDB, chegou ao Jaburu por volta das 11:00hs. Na saída, afirmou que a conversa foi "boa", e que tratou da preocupação da Fiesp com a economia. "Essa situação de aumento de desemprego, de fechamento de indústrias, de comércio, essa situação grave na área econômica que muito preocupa. E também a nossa preocupação constante de não para qualquer aumento de impostos, seja a CPMF, ou qualquer tipo de impostos", disse a jornalistas.

Reafirmando a necessidade de reduzir o desperdício na máquina pública, lembrou que o Orçamento deste ano tem receita prevista de R$ 1.100.000.000.000,00, para uma despesa de R$ 1.200.000.000.000,00. "Você só tem uma forma de aumentar a arrecadação, com a retomada do crescimento do país. E para retomar o crescimento não é aumentando impostos. A solução não é aumentar impostos e esfriar ainda mais a economia", declarou na saída do Jaburu. Segundo Skaf, na reunião não houve convite para fazer parte de um eventual governo, se a admissibilidade do processo de impeachment de Dilma for acolhido também pelo Senado Federal. “Não conversamos sobre isso”, declarou ele. Junto com outras associações, a Fiesp apoia o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Filiado ao PMDB, Skaf também é próximo de Temer, que nos últimos dias tem recebido conselheiros, economistas e ex-ministros para deixar pronta uma equipe caso venha a assumir a Presidência, se Dilma for afastada pelo Senado.

Outras reuniões
No sábado (23), Temer recebeu no Jaburu o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, que, na saída do encontro, elogiou o vice-presidente. Ele negou que tenha sido convidado para assumir algum ministério num eventual governo Temer, mas afirmou que o peemedebista tem uma visão "correta" sobre a atual situação econômica. Ao deixar o encontro, o presidente interino do PMDB, senador Romero Jucá (PMDB-RR), disse que Temer está conversando com vários economistas para poder dar uma resposta "rápida" ao país, caso assuma a Presidência. Ele destacou, porém, que não foram feitos convites para cargos ou ministérios. Em São Paulo, na semana passada, Temer se reuniu em seu escritório com o ex-ministro da Fazenda Delfim Neto. Ainda neste sábado, o senador e ex-governador de São Paulo José Serra defendeu a participação do PSDB num eventual governo de Temer. "Se o futuro presidente Michel Temer aceitar os pontos programáticos do PSDB, o partido deve apoiar o governo. E se apoiar o governo e for convidado, deve participar do governo", escreveu.

http://g1.globo.com/

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