quarta-feira, 27 de abril de 2016

Relatório mostra que um em cada cinco homicídios foi praticado por policiais

Anistia Internacional divulga dado alarmante 
100 dias antes dos Jogos Olímpicos.


Foto: Arte O Dia
TÁSSIA DI CARVALHO

Rio - Um em cada cinco homicídios cometidos no município do Rio foi praticado por policiais em serviço. O dado alarmante é um alerta que a Anistia Internacional faz a 100 dias dos Jogos Olímpicos. Segundo a ONG, de janeiro a março de 2016, homicídios decorrentes de intervenções policiais na cidade cresceram 10%, em comparação ao mesmo período de 2015, denuncia a Anistia, em um levantamento divulgado na terça-feira. Em abril deste ano, ao menos 11 pessoas foram mortas pela polícia: uma dessas foi Matheus Moraes, de 5 anos, atingido durante uma operação em Magé, no último dia 2. Para a Anistia, a proximidade da Olimpíada aumenta a preocupação com novas vítimas. Em 2014, quando o Brasil sediou a Copa do Mundo, a polícia matou 580 pessoas no estado, 40% mais do que em 2013. Em 2015, o número aumentou para 645 mortos.Segundo o documento, na capital, 307 pessoas foram mortas pela polícia no ano passado.

Para Atila Roque, diretor-executivo da Anistia Internacional Brasil, apesar da promessa de uma cidade segura para sediar os Jogos, as mortes decorrentes de operações policiais têm crescido. “A maior parte dos homicídios cometidos pela polícia não foi sequer investigada”, denuncia. “As respostas das autoridades são insuficientes”. Apesar dos dados, a Anistia afirma que não é possível relacionar o aumento dos homicídios cometidos por policiais com os preparativos para os Jogos Olímpicos, mas afirmou que há uso excessivo da força, violência e impunidade que colocam em xeque as instituições responsáveis pela segurança pública. Segundo a Anistia, as vítimas são, majoritariamente, jovens, negros, moradores de favelas e periferias.

Jorge Barbosa, diretor do Observatório de Favelas, que luta diariamente contra abusos e arbitrariedades cometidas pelo poder público, concorda com o levantamento da Anistia. “As vítimas são, em sua maioria, jovens e crianças”, conta. “O que a gente entende é que a polícia tem que mudar de postura”, destaca o ativista. A Secretaria de Estado de Segurança (Seseg) informou que, como o documento só foi divulgado ontem, não comentaria o caso até a Anistia Internacional enviar cópia na íntegra. Mais cedo, o secretário José Mariano Beltrame afirmou que ações de inteligência estão sendo feitas para combater a violência. “Estão para sair mandados de prisão. Mas a população precisa saber que prender não adianta. Tem casos que prendemos uma, duas, três vezes, enquanto isso, a polícia sangra. Prendemos 4.590, mas muitos saem nas audiências de custódia”, declarou.

Arena esportiva na Central
Na contagem regressiva para os Jogos, passageiros da SuperVia vão poder treinar suas habilidades em uma mini arena esportiva montada pela concessionária na estação Central do Brasil. Em parceria com o Comitê Rio 2016 e o projeto Tênis Solidário, a empresa instalou as quadras no corredor cultural da estação. No local, o público poderá se exercitar em três modalidades olímpicas: golfe, badminton e tênis. A ação, que é gratuita, vai acontecer das 10:00hs., às 14:00hs. Os usuários terão o auxílio de profissionais das confederações de cada esporte e do projeto, que existe há cinco anos, em Pilares, e tem cerca de 40 alunos de diferentes faixas etárias. Todos recebem, gratuitamente, uniformes e materiais necessários para as atividades, além de incentivos como lanches, consultas médicas e odontológicas, e aulas de inglês. A iniciativa é uma edição especial do Festival Transforma, desenvolvido pelo programa de Educação do Comitê Rio 2016 para estimular a prática de esportes pouco conhecidos no Brasil.

http://odia.ig.com.br/

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