terça-feira, 19 de abril de 2016

'Perdi meu bem precioso', desabafa pai de menina morta na Rocinha

Jenifer Caroline, de 11 anos foi atingida por um disparo na 
cabeça. Suspeito foi preso após ser agredido por moradores.


Jenifer Caroline Conceição Ramos, de 11 anos, foi 
morta após ser atingida por um disparado na cabeça.
LUCAS GAYOSO

Rio - O autônomo Antônio Souza Ramos não escondeu sua dor na sede da Delegacia de Homicídios (DH) da Capital, na Barra da Tijuca, onde compareceu nesta terça-feira, após sua filha ser morta na Rocinha. Jenifer Caroline Conceição Ramos, de 11 anos, foi atingida na cabeça após a arma manuseada por David Magalhães Luiz, de 18, ter disparado. "Perdi a minha filha, meu bem precioso. O bandidinho dela em três anos estará solto e a minha filha? Você sabe o que é um pai chegar dez horas da noite e receber uma notícia que mataram a sua filha?", lamenta. Antônio e a mãe de Jenifer, Cristiane Senhoria, estavam separados há um ano e quatro meses. Ele diz que David é namorado da ex-esposa e que considera ela também culpada pelo crime. "Ela pegou esse bandido e o colocou dentro de casa. Ele é da boca (de fumo) e eu sou trabalhador. A mãe também vai ter que pagar por isso, ela também é culpada", diz. Com a mãe de Jenifer, Antônio teve sete filhos (ele tem mais três de outros casamentos). O pai da menina garante que pedirá a guarda dos outros filhos. "Isso aconteceu dentro de casa. Eu quero justiça. Eu tenho dez filhos e todo mundo na favela sabe como eu trabalho. Não roubo ninguém, não sou traficante", desabafa.

Segundo o delegado titular da DH, Fábio Cardoso, David responderá pelo crime de homicídio doloso, já que ele foi avisado pela mãe da vítima de que a arma poderia disparar e assumiu o risco de matar uma pessoa. "A própria mãe da menina pediu para que ele não ficasse manuseando a arma naquele local. Ele ignorou a advertência e a arma disparou e acertou a cabeça da Jenifer", relata.


Bastante emocionado, Antônio Souza Ramos, pai da pequena Jenifer, esteve 
nesta terça-feira na sede da Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca.

O caso aconteceu em frente a residência onde Jenifer morava. Após o disparo, David tentou fugir e foi perseguido por alguns moradores, que o amarraram e o agrediram. Em depoimento, o suspeito disse que estava com um revólver, mas os agentes apreenderam uma pistola calibre 40 raspada. "A versão dele é que achou a arma e o tiro foi acidental, mas também essa versão dele é carregada de mentiras. Mas a DH está convicta que é uma mentira, já que ele disse se tratar de um revólver e todas as pessoas que viram a arma falaram que era uma pistola, exatamente igual a arma que foi encontrada", diz. Além de homicídio doloso, David também responderá por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.

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