terça-feira, 26 de abril de 2016

Onze operários morreram em obras olímpicas no Rio, segundo relatório

Levantamento, desde 2013, apontou mais óbitos do 
que na Copa do Mundo, quando oito morreram.


Construção da Linha 4 do metrô foi responsável pelo 
maior número de óbitos: três, nos últimos três anos.
O DIA

Rio - Os Jogos Olímpicos do Rio ainda não começaram e já superaram a Copa do Mundo de Futebol em uma triste estatística. Relatório divulgado na segunda-feira pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Rio revelou que as obras realizadas em instalações esportivas ou as que serão deixadas de legado causaram a morte de 11 operários. Na construção dos estádios de futebol ocorreram oito mortes em todo o país. O levantamento foi feito entre janeiro de 2013 e março deste ano. Segundo Elaine Castilho, auditora responsável pela fiscalização das obras dos Jogos do Rio, nenhum trabalhador morreu na preparação para os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. A Linha 4 do metrô foi a que mais fez vítimas: três óbitos. Segundo o relatório, houve duas mortes nas obras do entorno do Parque Olímpico. Também ocorreu uma morte em cada um dos seguintes projetos: Museu do Amanhã, Elevado do Joá, Transolímpica, Transbrasil, Supervia e Museu da Imagem e do Som. As causas das mortes variam de choque elétrico a queda de andaime. Há casos de soterramento e acidente causado por capotamento de veículo. No Parque Olímpico, um operário foi internado após choque elétrico. Na Transbrasil, outro funcionário teve a perna amputada. “É um time de futebol de mortos. Isso tudo causado por falta de planejamento. É a correria na hora de finalizar”, criticou Elaine.

Ciclovia da Niemeyer será recuperada para a Olimpíada
A Prefeitura do Rio vai reconstruir para a Olimpíada a ciclovia Tim Maia, que desabou no dia 21, na Avenida Niemeyer, matando duas pessoas. A recuperação da via, que liga o Leblon a São Conrado, será feita pela própria Concremat, empresa responsável pela obra. Na segunda-feira, o presidente do Tribunal de Contas do Município (TCM), Thiers Montebelo, voltou a afirmar que a ciclovia tinha inúmeras irregularidades, mas nada que comprometesse a segurança. O órgão disse que fez seis vistorias durante a obra e não detectou problemas na parte estrutural da via. “Em nenhum momento, o tribunal falou que tinha que tirar ou deixar de colocar a ancoragem, este chumbamento (do tabuleiro) da ciclovia”, declarou Montebelo.

De acordo com o presidente do TCM, houve inúmeras mudanças no projeto por recomendação do tribunal. “Estas trincas e rachaduras que foram identificadas foram vistas em visitas de obras. O projeto da obra foi sendo alterado à medida que o tribunal foi fazendo recomendações”, disse Montebelo. Segundo ele, mais de 30 pontos foram identificados durante as inspeções feitas pelo TCM ao longo de 10 meses. “Houve um acerto no projeto, que ficou mais adequado e foi aprovado”, disse o presidente do órgão, sem informar quais alterações foram feitas na via.

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