segunda-feira, 4 de abril de 2016

Investigação mundial revela contas ocultas de políticos e empresários

Eduardo Cunha, Mauricio Macri, Michel Platini 
e muitos outros são citados.

Jornal do Brasil

O WikiLeaks e o Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ) relevaram neste domingo (3) milhares de documentos sobre o funcionamento de empresas em paraísos fiscais e quantias enormes de dinheiro pertencentes a políticos, empresários, jogadores de futebol e famosos. Batizado de "Panama Papers", o caso conta com mais de 11,5 milhões de documentos, vindos do sistema da Mossack Fonseca, a quarta maior sociedade offshore do mundo, com sede no Panamá, e revelam como a empresa ajudou durante os últimos 40 anos alguns de seus clientes a lavar dinheiro. No Brasil, os documentos relevam 107 novas offshores ligadas a pessoas citadas na Operação Lava Jato. Entre os políticos brasileiros citados direta ou indiretamente estão o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o usineiro e ex-deputado federal João Lyra (PTB-AL). O caso foi investigado por um ano por cerca de 400 jornalistas em 80 países. De acordo com a investigação, o ex-presidente da UEFA Michel Platini, o primeiro-ministro islandês, Sigmundur David Gunnlaugsson, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, o presidente russo, Vladimir Putin (o nome dele não é citado mas as investigações teriam apontado pessoas próximas), familiares do líder chinês Xi Jining, o ucraniano Petro Poroshenko, Pilar de Borbón, irmã do ex-rei espanhol Juan Carlos, o ator Jackie Chan, a família real saudita e autoridades do Paquistão estariam entre os beneficiados por offshores criadas por 214 mil empresas.

No caso do presidente da Argentina, este, o pai Francisco e o irmão Mariano eram administradores da Fleg Trading Ltd., constituída nas Bahamas em 1998 e dissolvida em janeiro de 2009. Macri não citou seu vínculo com a Fleg Trading nas declarações patrimoniais de 2007 e 2008, quando era prefeito de Buenos Aires, mas declarou uma conta bancária no Merrill Lynch, nos Estados Unidos, com saldo de US$ 9,1 milhões em 2007 e US$ 5,9 milhões em 2008, além de US$ 500 mil em ativos no exterior em 2008, sem especificar origem e localização. Messi mantém ativa uma empresa no Panamá, cujo único acionista é seu pai, a Mega Star Enterprises Inc. foi registrada no Panamá.

Gunnlaugsson, primeiro-ministro da Islândia, e a mulher, Anna Sigurlaug Pálsdóttir, adquiriram peça marca luxemburguesa do banco islandês Landsbanki a empresa Wintris Inc., administrada pela Mossack Fonseca. De acordo com documentos assinados no ano passado pela mulher do primeiro-ministro, o casal utilizou a empresa para investir milhões de dólares herdados. As investigações também incluem os irmãos Pedro e Agustín Almodóvar, que asseguraram que sua situação já está regularizada. O caso deles seria relacionado à direção dos dois na empresa Glen Valley Corporation, com sede nas Ilhas Virgens, que teve assinatura ativa entre março de 1991 e novembro de 1994. Os dois negaram participação direta ou indireta em qualquer offshore.

Os arquivos foram entregues por uma fonte ao jornal alemão "Süddeutsche Zeitung" e são considerados a maior fuga de informação dos últimos tempos. A ICIJ, em parceria com veículos de mídia do mundo todo, promete lançar as informações gradualmente.

* Com agência Ansa
http://www.jb.com.br/

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