quarta-feira, 13 de abril de 2016

Inauguração do VLT em abril ameaçada

Ainda há buracos na pista e prefeitura 
admite que faltam 5% das obras.


Operários usam composição para carregar material 
de obra até os pontos que ainda estão inacabados.
GUSTAVO RIBEIRO

Rio - Na Avenida Rio Branco, os operários suam o uniforme para tentar entregar no prazo o primeiro trecho do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que vai transformar a mobilidade no Centro. No entanto, a pouco mais de duas semanas para abril chegar ao fim, a inauguração do trecho entre a Rodoviária Novo Rio e o Aeroporto Santos Dumont, prometida para este mês, ainda não tem data definida. Segundo a prefeitura, restam 5% de obras civis para a conclusão desta fase.

Em um passeio pela Rio Branco na tarde de terça-feira, era possível ver trechos da própria via por onde os bondes modernos vão passar que ainda tinham buracos abertos, principalmente entre a Cinelândia e a Candelária. Os funcionários da obra corriam contra o tempo para terminar de fixar as pedras miracema, utilizadas no revestimento ao lado dos trilhos, para rejuntar o piso e instalar sinalização. Alguns deles admitem duvidar que tudo fique pronto a tempo. Alguns pontos onde o VLT fará embarque e desembarque de passageiros não tinham sido instalados por completo, como uma parada que ficará na Cinelândia. Apenas um dos 18 pontos do VLT previstos para esta primeira fase terá estrutura física fechada, na Rodoviária Novo Rio (as demais serão abertas, sem roletas). Até ontem, porém, não havia estação construída no local. Uma armação de ferros ainda começava a ser erguida ao lado do terminal rodoviário Henrique Otte. A Secretaria de Transportes explica que houve atraso na desapropriação do terreno e que, até o fim do mês, as obras começam aceleradas.

Estressados com os impactos no trânsito, cariocas temem atrasos. “Em uma avenida importante como a Rio Branco, deveria ser uma obra a toque de emergência”, disse o músico Tiago Rodrigues, 37. “Perto da Central não tem quase ninguém trabalhando”, reclamou o chefe de cozinha Valdemar Mesquita, 45, referindo-se ao trecho previsto para setembro. Enquanto os operários puxavam cabos e mais cabos de energia que seriam instalados, uma cena chamou atenção na Cinelândia: um VLT, ainda em testes, era usado para transportar centenas de sacos de areia. Montes de terra e outros materiais de construção denunciavam o estágio das obras das calçadas. Do aeroporto até a rodoviária, muitas estão inacabadas. Questionada em 31 de março por um internauta no Facebook, a concessionária VLT Carioca respondeu que realiza ajustes para iniciar a operação “entre abril e maio”. Perto da rodoviária, um VLT atingido por um ônibus no mês passado continuava com vidros quebrados e com os estilhaços dentro.

Testes diários para ajustes
Responsável pelas obras, a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp) informou que o VLT entrará em operação assistida em abril e que “a data da operação com passageiros, que começará de forma progressiva, será divulgada em breve”. Segundo a Cdurp, o VLT está em testes diários para ajustes e as obras civis registram 95% de execução, com a implantação de equipamentos e urbanização das paradas. A prefeitura informou que o VLT com vidros quebrados aguarda questões jurídicas relativas ao acidente.

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