segunda-feira, 21 de março de 2016

“Il y a des juges à Berlin”



ANINHA LEITTE

Neste momento em que o país fervilha, mergulhado em uma crise política, econômica e, sobretudo moral, sem precedentes, onde o parlamento mostra-se em sua grande parcela comprometido pelas investigações, voltamos nossas esperanças para o judiciário, em especial para um juiz federal de primeira instância, que mostra-se probo, corajoso, determinado em desbaratar e melindrar a corrupção no seu cerne.

Sérgio Moro, por vezes comparado a um Maquiavel contemporâneo, não aconselha o Príncipe, mostra ao povo didaticamente o Príncipe e toda a realeza na mais abjeta podridão, desnudou os que detêm o poder e, que no afã de preservá-lo, são capazes de "fazer o diabo" , tudo torna-se lícito, num vale tudo de mentiras, jogo de cena e, uso da máquina pública, restando claro que para alcançarem seus objetivos os fins justificam os meios - frase que sintetiza a mais famosa obra maquiaveliana - "O Príncipe".

Moro abriu a caixa de Pandora, todo o mal veio às claras e, esse mal acerta em cheio cada um de nós brasileiros, pois cada centavo do erário desviado para favorecimento do rei e seus asseclas, foi um centavo a menos na formação, educação, infraestrutura e qualidade de vida do tão sofrido povo desta nação. No mito a caixa de Pandora ao ser aberta, liberou todos os males do mundo, porém foi rapidamente fechada, preservando a esperança em seu interior, esperança essa que hoje o povo deposita na Lava Jato, personificada na figura do juiz Moro, que faz jus a célebre expressão: "Il y a des juges à Berlin- Ainda há juízes em Berlim."

E ao principal protagonista do caos sem precedentes, para não dizer: "Nunca antes na história deste país", deixo a expressão eternizada pelo imperador Augusto na hora de sua morte: "Acta est fabula"- Terminou a peça.

Imagem: Têmis é uma divindade grega por meio da qual a justiça é definida, no sentido moral, do sentimento da verdade, da equidade e da humanidade.

Aninha Leitte
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