sábado, 6 de fevereiro de 2016

Para polícia, mortes em Mariana foram homicídio

Policiais civis de Minas Gerais fizeram apreensões em escritórios da Samarco; rompimento de barragem completou ontem três meses e matou 19 pessoas.


Segundo o delegado Bustamante, os diretores da Samarco 
serão indiciados por homicídio de 19 pessoas.
O DIA

Minas Gerais - A direção da Samarco será indiciada pela Polícia Civil de Minas Gerais pelo homicídio de 19 pessoas no rompimento da barragem da empresa em Mariana, há três meses. A informação é do delegado Rodrigo Bustamante, responsável pelo inquérito que investiga a queda da represa. Até o momento foram confirmadas 17 mortes. Duas pessoas estão desaparecidas. Porém, segundo o delegado, pelo tempo decorrido já é possível considerar os dois desaparecidos como mortos. Conforme Bustamante, falta definir apenas se o indiciamento será doloso ou culposo. O delegado não quis falar sobre os nomes dos diretores que serão indiciados. Em 13 de janeiro, a Polícia Federal indiciou o então diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, o diretor de operações da mineradora, Kleber Terra, e outros cinco executivos por crime ambiental. Ambos se afastaram da empresa. Durante todo o dia, a Polícia Civil fez operação de busca e apreensão nas sedes da Samarco em Mariana e Belo Horizonte. Foram copiados e-mails, trocas de mensagens e documentos do sistema interno da empresa para apurar se os membros da mineradora sabiam do risco iminente de rompimento da barragem. De acordo com o delgado Bustamante, a mineradora deve ser indiciada também sob suspeita de crime ambiental. O prazo de entrega do relatório final da investigação é 15 de fevereiro, mas o delegado pode solicitar o adiamento.

Em nota, a Samarco disse que “repudia qualquer especulação sobre conhecimento prévio de risco iminente de ruptura na barragem de Fundão”. Segundo a empresa, a barragem “sempre foi declarada estável” e que alertas feitos em relatórios de consultorias não indicaram risco iminente de ruptura ou necessidade de interdição da operação. “Em nenhuma oportunidade, qualquer inspeção, avaliação, relatório de consultorias especializadas internas ou externas registraram ou fizeram qualquer advertência de que a operação da barragem estivesse sujeita a qualquer risco de ruptura”, afirmou a mineradora.

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