segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Moradores cobram solução para ponte danificada em Friburgo

Eles enfrentam travessia muito insegura desde a tragédia que atingiu a região em 2011.


O DIA

Rio - Desde a tragédia das chuvas em janeiro de 2001, moradores do Rio Grande de Cima, na Região Serrana, convivem dia a dia com o perigo. Uma ponte que liga uma importante estrada entre Nova Friburgo e Sumidouro representa risco, inclusive para crianças de uma escola municipal que fica a 30 metros do local, que passam por ali sem qualquer segurança. As cabeceiras da ponte foram levadas pelas águas e também seus guarda-corpos. Foram colocadas pedras para refazer as cabeceiras, mas a proteção para os pedestres nunca foi refeita. Para a enfermeira Joana Freitas, de 25 anos, a condição da ponte é muito precária, e algo precisa ser feito urgentemente. “É um absurdo a ponte continuar no estado que está. Crianças, ônibus e caminhões pesados passam no local. Isso tem de acabar, ela está abandonada há 11 anos.” Para ela, o problema também é causado pelo descaso das autoridades. “Já fiz diversas reclamações junto à prefeitura, mas até agora nada. As aulas já voltaram e nada foi feito, quando essa situação vai mudar?”, cobrou.

A Secretaria Estadual de Obras informou que havia feito obras na localidade, mas que não cuida de pontes. O outro órgão, que também é responsável por obras, mas em rodovias, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), informou que inaugurou recentemente algumas pontes no local, mas a travessia sobre o Rio Grande de Cima, no bairro Rio Grande de Cima, não estava no “pacote” ,e seus cuidados estavam sob domínio da Prefeitura de Nova Friburgo. A administração municipal, no entanto, informou que a sua Secretaria de Obras não participou de nenhum processo de execução da ponte, não teve ingerência em qualquer estágio desse processo e que os cuidados estariam a cargo do governo estadual.

“Graças a Deus até agora não ocorreu um acidente, mas é previsível e até muito provável que aconteça”, disse um morador, que não quis se identificar. O curioso, segundo ele, é que uma “super ponte” foi construída na região — a 300 metros da ponte precária —, sem necessidade. “Só atende a uma propriedade (a fábrica de cachaça Nega Fulô), tem passagem para pedestres, guarda-corpo e até proteção para carros. Ela é tão grande e alta que em sua saída o barranco do morro teve de ser escavado para evitar problemas.”

Governo estadual diz ter entregue 81 obras na região 
O governo do estado anunciou no final de janeiro que, em parceria com a União, investe R$ 101,7 milhões na restauração de pontes e pontilhões na Serra. Foram recuperados 81 acessos, que garantem o escoamento da produção agropecuária local, especialmente a hortifrutigranjeira, prejudicada pelas chuvas de 2011. Das 92 pontes previstas, foram reconstruídas 20 pela Secretaria de Obras, 21 pelo DER e 40 pela Secretaria de Agricultura. A pasta de Obras ficou com 27 pontes, sendo que três estão em licitação (em São Guido, em São José do Vale do Rio Preto, Cruzeiro, em Teresópolis, e uma em Bom Jardim) e quatro em adequação de projeto (Madruga, em Teresópolis; Banquete, em Bom Jardim; e Chica e Faria, em Santa Maria Madalena). Pelo DER, estão em obras, ou previstas, duas em Sumidouro, uma em São José do Vale do Rio Preto e uma em Trajano de Moraes.

MP cobra saída para problema 
Em janeiro, o Ministério Público do Estado, por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Petrópolis, ajuizou ação civil pública contra o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e o governo estadual para obrigá-los a reconstruir seis pontes destruídas após a tragédia na região do Vale do Cuiabá, em Itaipava, Petrópolis. Segundo a ação, foram destinados cerca de R$ 75 milhões pelo Ministério das Cidades para o Estado do Rio recuperar a região. Só que nada aconteceu. Entre as obras necessárias, estava a reconstrução das pontes, que ficou a cargo do Inea. Os recursos só serão liberados mediante o cumprimento de regras estipuladas pela União, como apresentação de projeto e cronograma de obra. Com isto, o dinheiro permanece retido na Caixa.

Reportagem: Vinicius Amparo
http://odia.ig.com.br/

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