segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Perícia dirá se adolescente morto no Alemão participou de tiroteio

Acusação revolta família. Polícia diz ter achado arma ao lado do menor.


GUSTAVO RIBEIRO

Rio - “Eu só queria meu filho de volta”. Essas foram as únicas palavras que a mãe do estudante Marcus Vinícius Soares Heleno, de 17 anos, conseguiu pronunciar ao deixar o IML ontem à tarde. Amparada por parentes, Adriana Soares, 34, foi buscar a declaração de óbito do filho, que morreu baleado durante uma troca de tiros entre policiais e traficantes no Complexo do Alemão na tarde de sábado. Segundo a polícia, uma pistola de fabricação tcheca, calibre 9mm, foi encontrada ao lado do menor. PMs envolvidos no confronto prestaram depoimento na 22ª DP (Penha). A polícia agora aguarda o resultado da perícia realizada na pistola e nas armas dos PMs, que foram apreendidas. O exame vai detectar se havia vestígios de pólvora na mão do adolescente. A família ficou indignada com a declaração da polícia de que o rapaz seria suspeito de envolvimento com o tráfico. Segundo parentes e amigos, ele ajudava a transportar a mudança de uma moradora quando foi baleado.

“Algumas pessoas disseram que viram um policial colocando a arma lá para dizer que ele era bandido. Uma moradora relatou ainda que viu um policial atirar na barriga do Marquinhos depois que ele foi atingido no testículo”, denunciou ao DIA um amigo da família. Uma prima do menor disse que o Samu demorou quase uma hora para chegar: “Ele ficou por muito tempo gritando meu nome. Quando o socorro chegou, já estava inconsciente”. Os Bombeiros informaram que receberam solicitação de socorro às 13h41 e que uma ambulância foi acionada às 13h50.

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