sexta-feira, 25 de julho de 2014

Pais de ativistas criticam imprensa em encontro no sindicato dos jornalistas

Evento reuniu sete mães e um pai dos manifestantes acusados de atos violentos em protestos associação criminosa.


O DIA

Rio - Durante encontro organizado pela Ong Justiça Global, e realizado no Sindicato dos Jornalistas do Rio, para denunciar ações de desrespeito aos direitos humanos, nesta sexta-feira, pais de oito ativistas que foram denunciados por atos de violência em protestos e associação criminosa pelo Ministério Público atacaram a imprensa. As duras críticas foram feitas um dia após cinegrafistas e fotógrafos serem agredidos por manifestantes em frente à penitenciária de Bangu, no Complexo de Gericinó. A coletiva também tinha como objetivo discutir o inquérito policial que culminou com a denúncia dos 23 ativistas, feita pelo MP. No dia 18 de julho, a Justiça do Rio aceitou a denúncia e decretou ainda a prisão preventiva dos acusados. Nesta quinta-feira, três manifestantes que estavam presos, entre eles, Eliza Quadros, a Sininho, Igor D'Icaray, e Camila Jourdan, em Bangu, foram libertados, depois do desembargador da 7ª Câmara Criminal, Siro Darlan, conceder habeas corpus aos 23. Ao falar da filha, a psicóloga Rosoleta Quadros, mãe de Sininho, disse que a jovem está sendo despersonalizada pela imprensa: "Ela está sendo demonizada. Eliza sempre foi uma menina inteligente e generosa desde pequena", disse ela, exclamando: 'Deixem minha filha em paz".

Rosoleta criticou ainda as acusações feitas pela polícia e o MP: "Ao ler as acusações, a gente ri, de tão estúpidas que são. Mas, ainda assim, elas têm o propósito de criminalizar os movimentos de rua". "Ninguém acha correto agredir repórteres na rua, mas a cobertura da imprensa mata reputações e tem feito sistematicamente", disse Sininho. Pai do ativista Igor D'Icaray, o advogado Marino D'Icaray, que representa três ativistas - Sininho, Camila Jourdan e o filho - declarou que tem orgulho do jovem e dos demais manifestantes: "Ao longo da história mundial, os movimentos sociais partiram da juventude. Aqui e em outros países. Eu não tenho só orgulho. Deposito todas minhas esperanças nestes jovens", disse ele, que chorou ao lembrar da prisão do filho.


O advogado atacou a imprensa e chegou a colocar o dedo em riste para os jornalistas presentes no encontro. "Conclamo a todos para refletir seriamente sobre isso, para não sermos cúmplices do que esses caras (MP e polícia) estão fazendo. Os jovens não são algozes, são vítimas de vocês (imprensa). Vocês (imprensa) vão nos pagar",  dizia o advogado apontando o dedo para jornalistas presentes no local. A frase foi a deixa para que outros ativistas cantassem "Presos políticos, Liberdade já. Lutar não é crime, vocês vão nos pagar".

Presidente do Sindicato dos Jornalistas, Paula Máiran declarou que o encontro já estava agendado antes do episódio desta quinta-feira, em que jornalistas foram agredidos em frente ao Complexo de Gericinó. "A gente não pode, por causa dos episódios de ontem, entrar na revanche ou na lógica do olho por olho, dente por dente. Isso de forma alguma combina com o papel de jornalista", completou ela. 

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