sábado, 26 de julho de 2014

Advogado de Bruno admitiu torcida para que ossada de Eliza fosse encontrada

'Iria beneficiá-lo com uma redução de pena'


ADRIANA CRUZ

Belo Horizonte - Defensor de Bruno, Francisco Simin admitiu que estava torcendo para que a ossada de Eliza Samudio fosse encontrada nesta sexta-feira. “Iria beneficiar o Bruno com uma redução de pena, já que o júri teria que ser anulado. Ele foi julgado por um laudo indireto, que atesta morte por asfixia”, explica o advogado, ressaltando que aguarda julgamento de ação movida em segunda instância na 4ª Câmara Criminal de Minas, onde pede anulação de dois itens da condenação do jogador: a ocultação de cadáver e o cárcere privado. O jurista Luiz Flávio Gomes não acredita em nenhuma mudança na situação de Bruno. “Ele foi condenado e o caso está fechado. Se a defesa conseguisse uma reavaliação do processo ao provar que não houve asfixia, uma qualificadora a menos não é suficiente para alterar a pena”.

Corpo não foi encontrado
A esperança de encontrar o corpo de Eliza Samudio caiu por terra mais uma vez com base em informações dadas por Jorge Luiz Rosa Sales, 21 anos. Primo do ex-goleiro Bruno Fernandes, condenado e preso por ser mandante do crime, Jorge apontou que a modelo teria sido enterrada, em 2010, em um terreno baldio no bairro Santa Clara, em Vespasiano, Região Metropolitana de Minas Gerais. O local era perto da casa de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, outro condenado por ser o executor da mãe de um filho de Bruno. Apesar do aparato policial montado, com delegados e agentes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, e o uso de uma retroescavadeira, nenhum vestígio de Eliza foi encontrado. “Cavamos de quatro a cinco metros do local indicado e encerramos as buscas”, anunciou o chefe do Departamento, Wagner Pinto, depois de duas horas de trabalho na tarde de ontem. Mesmo antes do desfecho, o marceneiro José Cassiano Pereira, 57 anos, morador vizinho ao suposto local onde estaria o corpo de Elisa era enfático: “Isso tudo é fantasioso. Não tem nada aí”

Desde o assassinato da modelo há quatro anos, Jorge já chegou até a revelar que ela havia sido devorada por cachorros da raça rottweiler. “Fiz isso porque era orientado por advogados. Agora, tinha certeza de o que corpo estava lá porque participei do crime e já foi punido. Alguém a tirou de lá”, afirmou ele, que depois de mais um fracasso voltou a ser ouvido por delegado da Corregedoria da Polícia Civil. Desta vez, o caso era sobre o assassinato do primo dele Sérgio Rosa, em 2012, em Minas Gerais.


“O Macarrão odiava ele”, afirmou Jorge, referindo-se a Luiz Henrique Ferreira Romão, ex-fiel escudeiro de Bruno, também condenado e preso pela morte de Eliza. Jorge voltou ao Rio no fim da tarde de ontem, acompanhado do advogado Nélio Andrade e de escolta por René Alonso, ex-comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope). “Ele tinha muita convicção. Recebemos a escolta por autorização do Estado-Maior da PM. Houve uma frustração, mas as investigações devem continuar”, analisou Andrade. O delegado Wagner Pinto disse que a polícia foi convencida das informações de Jorge cruzando com as investigações e, por isso, a averiguação foi feita. “Participei da apuração. Fui convencido e a polícia tem que averiguar”, argumentou.

Jorge estava convicto do local 
A mobilização para nova busca ao corpo de Eliza Samudio começou às 9h. Já quase às 11h, agentes da Polícia Civil fecharam a Rua Aranhas, próximo ao número 870, no bairro Santa Clara. Entre um cigarro e outro, Jorge dava as coordenadas seguidas pelos agentes. “Ele está convicto. Não saí do Rio para pagar mico”, dizia Nélio Andrade. Jorge garantia que o corpo estava no local. O cadáver teria sido levado em um Ecosport, mas o veículo passou perícia na época do crime e nenhum vestígio de sangue foi encontrado.

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