quarta-feira, 23 de abril de 2014

Policiamento segue reforçado no Morro Pavão-Pavãozinho

Cerca de 30 turistas franceses que estavam hospedados em albergue deixaram a comunidade por medo de confrontos.


FELIPE FREIRE E FRANCISCO EDSON ALVES

Rio - O policiamento segue reforçado no Morro Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, na Zona Sul, após protesto violento na noite de terça-feira nas imediações da comunidade. Mais de 200 homens do batalhão de área, Bope e Choque fazem patrulhamento no local. Segundo relatos, cerca de 30 franceses que estavam hospedados na pousada Pura Vida Hostel, em Copacabana, foram embora em um micro-ônibus após o confronto na comunidade. Eles não quiseram falar com a imprensa presente no local e só afirmaram que estavam com muito medo.

Douglas Rafael Pereira da Silva, de 26 anos, dançarino do programa "Esquenta" foi encontrado morto em uma creche na comunidade na terça-feira. De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML), a vítima morreu de "hemorragia interna decorrente de ferimento transfixante no tórax". Em outras palavras, DG pode ter levado um tiro ou sido perfurado no local. Inicialmente, a Secretaria de Segurança divulgou pelo Twitter, na noite de terça-feira, que as escoriações no corpo da vítima eram compatíveis com morte decorrente de queda. 

A madrugada desta quarta-feira foi de aparente tranquilidade na região. Até às 4h30 nenhum incidente havia sido registrado. A família e os moradores acusam os policiais de terem matado DG. Eles afirmam ainda que um jovem conhecido como Dilson da Silva, vulgo Mateusinho, de 27 anos, teria sido atingido por um tiro de fuzil na cabeça. A vítima sofria de problemas mentais, segundo os moradores, e teria sido atingido quando descia a Ladeira Sant Roman, perto da esquina com a Rua Sá Ferreira, em Copacabana. Um homem sem identificação, com cerca de 30 anos, também foi encontrado morto em um campo de futebol. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde. 


Apresentadora lamenta morte de dançarino
De férias, a apresentadora Regina Casé lamentou a morte do jovem. Ela demorou para receber a triste notícia e afirmou que toda a família "Esquenta" encontra-se devastada. 

“Eu estou arrasada e toda a família Esquenta está devastada com essa notícia terrível. Uma tristeza imensa me provoca a morte do DG, um garoto alegre, esforçado, com vontade imensa de crescer. O que dizer num momento desses? Lamentar claro essa violência toda que só produz tragédias assim. Que só leva insegurança às populações mais pobres do país. Agora, é impossível saber exatamente o que houve. Mas é preciso que a Polícia esclareça essa morte, ouvindo todos, buscando a verdade. A verdade, seja ela qual for, não porá fim à tristeza. Mas é o único consolo”, declarou Regina.


Entenda o caso
Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG, foi encontrado morto nos fundos de uma creche no Morro Pavão-Pavãozinho na terça-feira. Moradores afirmam que o jovem foi atingido por policiais dentro da creche Solar Menino de Luz após ser confundido com um criminoso. Depois que o corpo foi encontrado, moradores da comunidade realizaram um protesto violento nas imediações do local, que interditou diversas ruas de Copacabana por mais de cinco horas, incluindo a Avenida Nossa Senhora de Copacabana.

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