sábado, 12 de abril de 2014

Olimpíadas: Não há máquinas ou operários onde será construída arena

Em Deodoro, onde nove modalidades olímpicas e quatro paraolímpicas serão disputadas, não há sinal de obras, movimentação de operários e nem material chegando.


O DIA

Rio -Se o ‘Imagina na Copa’ virou um bordão quando o assunto são problemas cotidianos como o trânsito, pode ser difícil que um ‘Imagina nas Olimpíadas’ caia no gosto popular de alguns cariocas. Isso porque, para os que moram em Deodoro, por exemplo, é difícil acreditar que o maior evento esportivo do planeta irá acontecer ali, daqui a dois anos e quatro meses. No bairro, onde nove modalidades olímpicas e quatro paraolímpicas serão disputadas, não há sinal de obras, movimentação de operários ou chegada de materiais de construção. Com isso, quem mora por ali sequer faz ideia de onde serão construídas as novas instalações.

A região de Deodoro é marcada pela alta concentração de militares, que moram ou desempenham suas funções nos quartéis da área. E é na Vila Militar que estão as únicas obras já erguidas para os Jogos, legados do Pan-Americano de 2007, mas que demandam reformas: o Centro Nacional de Tiro Esportivo, o Centro Nacional de Hipismo e a piscina para o pentatlo moderno. Canoagem slalom, esgrima, basquete, rúgbi, hóquei sobre a grama, ciclismo BMX e mountain bike ainda não tem casa carioca para 2016. Em entrevista coletiva dada anteontem, o prefeito Eduardo Paes declarou que o Complexo Esportivo de Deodoro é “uma questão tensa, que me tira o sono”.

Segundo o site Rio 2016, a Arena de Deodoro será construída “a menos de 300 metros da estação ferroviária da Vila Militar”. A equipe do DIA visitou o suposto local, e não foi difícil entender porque o prefeito não consegue dormir: hoje, há apenas um terreno baldio, com materiais sucateados concentrados num canto, muito mato, muros inacabados e uma calçada repleta de buracos.

Obras só em junho 
A falta de informação sobre as Olimpíadas em Deodoro deve dar lugar ao barulho das máquinas e a chegada de operários somente a partir de junho, mês previsto para o início das obras. Segundo a Empresa Olímpica Municipal, este mês serão lançadas as licitações para a construção e reforma das instalações esportivas. O desconhecimento sobre as obras era tamanho que alguns pedestres informaram que as obras seriam próximas a Magalhães Bastos, bairro vizinho. Outros apontavam para Marechal Hermes, na direção oposta. “Nunca vi nada por aqui”, declarou um soldado, que preferiu não se identificar. Numa mercearia próxima, Rodrigo Viana, 25 anos, lamentava. “Não há sequer uma placa indicativa de que teremos Olimpíadas aqui. Sabemos por causa do boca a boca”, contou. “Muito boato e pouco fato”, resumiu.

Enquanto isso, no Japão tudo vai bem
Temendo os atrasos no Rio, o Cômite Olímpico Internacional (COI) anunciou que uma comissão irá acompanhar as obras no Rio. Já em Tóquio, sede dos Jogos de 2020, tudo vai bem. Na semana passada, o vice-presidente do COI visitou a cidade e se disse impressionado com o que viu. Lá, todas as obras devem estar prontas em meados de 2019.

http://odia.ig.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário